Para quem está acostumado às oscilações do mercado financeiro a decisão de investir seu capital não parece ser tarefa das mais difíceis. Mas, para aqueles que possuem pouca ou nenhuma habilidade com os negócios, é comum se deparar com as dúvidas e incertezas sobre a melhor forma de aplicar seus recursos. Assim, uma análise criteriosa de perfil, com o auxílio de uma assessoria financeira é uma das alternativas para descobrir qual é a opção de investimento que melhor se adequa ao perfil de quem está investindo.
Sobre o assunto, o assessor de investimentos sênior, João Guilherme Penteado, garante que é possível sim todo mundo se aventurar no mercado financeiro e ainda, com perfil adequado e disponibilidade de investimento a longo prazo, no mercado acionário. “O ideal é começar pensando no quanto eu não posso disponibilizar para ativos a longo prazo”. Segundo ele, é muito comum as pessoas preferirem investir em mercados de ações visando curto prazo. Contudo, ativos que tendem a remunerar mais e que podem possuir grandes oscilações de preço, exigem um prazo maior para o resgate. “Geralmente orientamos a pessoa manter um ativo de liquidez diária de três a seis meses dos seus custos fixos, que seria um tesouro direto, taxa selic ou um fundo DI. Assim, numa eventual emergência ela pode resgatar o valor”, explica o assessor financeiro. Para ficar claro, o profissional sugere fazer uma análise de gastos. Uma família, por exemplo, com despesas mensais entre 3 e 4 mil deve ter cerca de 20 mil guardados em ativos com disponibilidade financeira. Feito isso, aplicações a longo prazo começam a ser uma boa opção de investimentos. “Apesar de existir essa possibilidade pela facilidade de liquidez, mercados de ações não foram feitos para aplicações e resgates de curto prazo. Quando você compra uma empresa, você não pensa em vendê-la no dia seguinte. As ações são pequenas partes de empresas sendo negociadas em um mercado regulado”.
O assessor lembra ainda que é importante investir em empresas com um ótimo potencial de valorização ou em empresas sólidas, com uma boa distribuição de lucros e resultados previsíveis. Ele explica que embora o índice Bovespa (importante indicador de desempenho na bolsa nacional) tenha apresentado um crescimento anual médio de 38,9% no último triênio, é melhor evitar imobilizar todo o capital em ativos com viés a longo prazo ou em ativos arriscados, para não correr o risco de não ter o dinheiro no momento que precisar. “Há muitas formas de alcançar o sucesso financeiro, seja investindo na renda fixa, em ações ou fundos de investimento, mas é preciso estar atento aos objetivos e perfil de cada um, sem esquecer de entender o que cada item que compõem o seu patrimônio traz de bom e de ruim”.