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Matadouro Municipal segue sem previsão de reativação

O Matadouro Municipal de Ponta Grossa, local que já chegou a abater quase trezentos animais por dia, segue desativado e sem previsão de reativação. O antigo imóvel onde funcionava o abatedouro foi interditado em 2013 pela Justiça devido a irregularidades ambientais e apenas em 2018 foi cedido temporariamente para o 13º Batalhão de Infantaria Blindado (BIB) para treinamentos militares. Desde o término da permissão de uso, ocorrido no mesmo ano, o terreno está sem uso; na manhã desta quarta-feira (29), quando a reportagem do Diário dos Campos foi até o local, havia inclusive animais como bovinos circulando pela área.

 

A reportagem do DC esteve no local nesta quarta-feira (29), quando animais circulavam soltos pelo terreno (Foto: José Aldinan/DC)

 

Conforme explicou a Prefeitura Municipal através de sua assessoria de imprensa, um estudo está sendo feito para formular um projeto de cessão da área para atividades permitidas dentro da legislação ambiental – ao lado do terreno há um rio, o que restringe os serviços que podem ser executados.  Questionado sobre a situação estrutural do imóvel, o secretário municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SMAPA), Bruno Costa, afirmou que a secretaria de saúde será acionada para fazer a verificação dos animais e a área deverá ser cercada.

Quanto à possibilidade de construção de um novo matadouro, por enquanto não há previsão de projetos. “Não há atualmente a intenção de reativar as atividades de um matadouro municipal, pois os custos altos para manutenção e a necessidade de um espaço já construído para abrigar as atividades impedem que a Administração Pública volte a oferecer este serviço”, disse a assessoria da SMAPA.

Segundo o secretário, uma nova estrutura só seria feita através uma parceria público-privada (PPP): se alguma empresa se propusesse a investir os recursos necessários para a obra, a Prefeitura poderia conceder algum terreno – ainda não definido. “Depende de os empresários se mobilizarem. Há a questão estrutural e de fiscalização que envolve funcionários; esse custo hoje está realocado em outras áreas. Há também a geração de uma demanda alta de água e luz, por exemplo, e nesse momento não temos interesse em fomentar isso apenas pela Prefeitura, teria que ser custeado pela iniciativa privada”, justifica Costa.

Pecuária

Quando estava em operação o matadouro recebia de 30 a 40 bois e de 200 a 250 porcos por dia para abate, provenientes de pecuaristas de toda a região. Hoje os animais têm que ser encaminhados para outras cidades, como São José dos Pinhais e Cruzeiro do Oeste, por exemplo, o que, conforme ressalta o presidente do Sindicato Rural de Ponta Grossa, Gustavo Ribas Netto, encarece os custos de produção da pecuária.

“O animal vai em um tipo de caminhão e volta em outro, no formato de frigorífico. É um processo logístico caro, optado apenas por empresas; quem não pode pagar por isso envia um animal e recebe a carne de outro. A reativação do matadouro de Ponta Grossa é demandada há bastante tempo, mas há uma certa controvérsia sobre a sua necessidade. Acho que isso vem tomando mais corpo e vem se amadurecendo mais, principalmente pela diferenciação das carnes nobres”, avalia o representante do setor, destacando a necessidade de uma solução para o fomento da atividade.

Imóvel onde funcionava o matadouro, em Uvaranas, foi interditado em 2013 e está em desuso (Foto: José Aldinan)

 

PG poderá contar com abatedouro de ovinos

Apesar de não contar com nenhuma previsão para a construção de um novo matadouro diversificado, Ponta Grossa poderá possuir um abatedouro exclusivo para ovinos – que, porém, também ainda não tem local definido. Uma empresa da cidade demonstrou interesse e está em conversação com a Prefeitura para criar a estrutura; segundo o secretário municipal Bruno Costa, o formato da parceria seria uma PPP, com o Município concedendo a área e a empresa investindo na obra. A Coopegera, cooperativa do ramo, está buscando viabilizar o projeto.

“Na Feira Paraná a questão dos ovinos foi muito fomentada com os criadores da região. Temos problemas de matadouro, PG não consegue abater aqui, e como a demanda por essa carne está aumentando vimos pelo estudo que há a possibilidade. Pretendemos definir a área até a metade do ano”, afirmou o gestor da SMAPA.

 

 

 

 

 

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