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Manifestantes LGBTQ protestam na Câmara de PG

Centenas de manifestantes lotaram as galerias da Câmara de Vereadores de Ponta Grossa na tarde desta quarta-feira (18). O protesto foi promovido pela comunidade LGBTQ como uma reação ao discurso do vereador Pastor Ezequiel Bueno (PRB), que na última sessão criticou a vinda do cantor Pabllo Vittar para Ponta Grossa para realizar o show de abertura da 28ª Münchenfest.

Fábio Matavelli
Manifestantes alegam que pronunciamento do vereador Pastor Ezequiel teria sido LGBTfóbico; vereador rebate e diz que não teve intenção de ofender

Em sua fala na última segunda-feira (16), o vereador informou que ao Executivo Municipal requerimento pedindo informações sobre gastos do dinheiro público na Münchenfest. Ainda durante o discurso, e que gero a polêmica o vereador citou: “se eu não estiver pagando, sem problema, mas com o meu dinheiro lamento por trazer esta pessoa (Pabllo Vittar) a Ponta Grossa, uma cidade de família, em que brigamos no Plano Municipal de Educação para tirar a ideologia de gênero da escola. Somos conservadores, pais, mães, trabalhadores. […] Quem quiser ir assistir ao show, tudo bem. Se inventar de ir para a rua, em escolas, eu vou prender […] Não vamos deixar uma pessoa dessas entrar na escola”, falou na ocasião o vereador. Para os integrante do movimento, os comentários do vereador teriam sido LGBTfóbicos.

 

Protesto

O pronunciamento do vereador repercutiu nacionalmente e gerou grande protesto na sessão desta quarta, com pronunciamento de diversos vereadores em apoio à manifestação. “A ideia não é apenas defender o Pabllo Vittar, mas as pessoas. O vereador falou que Ponta Grossa é uma cidade de conservadores, de trabalhadores. E o que isso significa, que LGBTQ não trabalha? Eu sou taxista, professor e faço shows e palestras como drag queen. Sou trabalhador e cidadão que exige ser respeitado”, aponta Gerson Duda, que utiliza o nome artístico Wanessa The Geus em seus shows.

Ao utilizar a Tribuna, Josi Kieras, mãe de homossexual, rebateu o discurso do vereador. “Homossexuais têm família. Há 15 anos eu tentei ‘curar’ meu filho e acabei roubando três anos da juventude dele, que foram horríveis e agora não tem como eu voltar atrás e mudar isso. O senhor deveria se retratar, porque o que fez não foi bonito”, falou ao vereador. A Associação Flor de Lis LGBT também divulgou uma nota de repúdio a Pastor Ezequiel.

O vereador, por sua vez, rebateu que em nenhum momento pretendeu ofender o cantor Pabllo Vittar e que seu objetivo foi questionar a aplicação de recursos públicos na festa e defender o Plano Municipal de Educação de Ponta Grossa. “Se houve algum abuso não tenho problema em me retratar. Em momento algum quis ofender alguém e defendo nosso maior patrimônio que é a família e nossas crianças”, frisa.

 

Rudolf apresenta projeto contra preconceito

Ainda nesta quarta-feira, aproveitando a repercussão do assunto, Rudolf ‘Polaco’ Christensen (PPS), líder do Governo Municipal na Câmara, protocolou um projeto de lei que prevê que o dia 5 de dezembro, data marcada para a apresentação de Pabllo Vittar na abertura da 28ª Münchenfest, integre o calendário municipal de datas oficiais tendo como foco o combate ao preconceito e à intolerância. O projeto de lei (PL) 344/2017 foi apresentado na Câmara Municipal nesta quarta-feira (18) e prevê que todo o dia 5 de dezembro seja marcado por ações do Poder Executivo no combate ao preconceito. Durante a sessão desta quarta-feira, Rudolf lembrou que a “democracia não suporta preconceitos”. “Não é aceitável que exista tamanho preconceito dentro de uma Casa de Leis, indo contra, inclusive, ao direito garantido pela Constituição”, explicou o vereador.

 

 

 

 

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