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Maioria dos alunos gosta de estudar português e matemática

A maior parte dos alunos brasileiros gosta de estudar português e matemática. Quando deixam a escola, ao final do ensino médio, mais da metade dos estudantes, 57,8%, diz gostar de estudar matemática e 76,1%, ou seja, três a cada quatro alunos, gostam de estudar língua portuguesa.

Os dados são de um questionário aplicado aos estudantes que participaram da última edição do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), em 2017, organizados pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede).

Quando se trata, no entanto de fazer as tarefas de casa, os percentuais caem, 56,7% dizem fazer os deveres de português sempre ou quase sempre. Outros 25,4% fazem de vez em quando e 13,4% nunca ou quase nunca fazem as tarefas. Já as tarefas de matemática são feitas sempre por 52,6% dos estudantes; de vez em quando, por 26,7% e nunca por 16,6%.

Tanto língua portuguesa quanto matemática são disciplinas-chave, cobradas tanto em avaliações nacionais, como o Saeb – que é usado para medir a qualidade do ensino brasileiro – quanto em avaliações internacionais, como o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa).

Apesar de dizerem que gostam de estudar, os estudantes brasileiros não tem resultados tão bons nas provas. O último Saeb mostrou que cerca de 70% dos estudantes que concluíram o ensino médio no país apresentaram resultados considerados insuficientes em matemática. A mesma porcentagem não aprendeu nem mesmo o considerado básico em português.

No programa internacional de avaliação, em um ranking de 70 países, o Brasil ocupa a 59ª posição em leitura e a 65ª posição em matemática.

Para o diretor do Iede, Ernesto Martins Faria, o ensino no país ainda é muito conteudista, ou seja, voltado para a teoria e distante da vida dos estudantes. “As escolas têm que trazer as disciplinas como algo prazeroso, trazer o valor de aprender”, diz.

Mas isso não depende apenas dos professores, o engajamento nos estudos, segundo Faria, tem que ser desde cedo, abordado não só na escola, mas dentro da família: "São hábitos que são criados desde a infância. O próprio nome dever de casa não remete a lazer de casa. Acho que a gente tem que trabalhar o valor da aprendizagem, o valor da leitura”.

Falta conteúdo

Os dados do Saeb mostram que o mal desempenho não se deve apenas à falta de gosto pelos estudos. A maioria dos professores do último ano do ensino médio não conseguiu concluir sequer o conteúdo programado para o ano, 59,6% cumpriram menos de 80% do planejado.

Para os diretores das escolas, a insuficiência de recursos financeiros e indisciplina por parte dos alunos são os fatores que mais dificultam o funcionamento dos centros de ensino.

Além disso, mais de 60% dos diretores afirmaram que faltaram livros didáticos para os alunos, em 2017. Um a cada cinco diretores disse ainda que os livros não chegaram em tempo hábil para o início das aulas. Em sete estados, o percentual de diretores relatando falta de livros ultrapassou 70%: Rondônia (75,3%), Mato Grosso (75,3%), Mato Grosso do Sul (75,3%), Distrito Federal (73,2%), Bahia (71,5%), Rio Grande do Norte (70,4%) e Espírito Santo (70,2%).

“Em que pese todos os avanços, o livro continua sendo um recurso didático importantíssimo. O livro facilita o trabalho de organização das aulas por parte do professor e é fundamental para o planejamento das aulas. Para o aluno, enquanto fonte de leitura e de pesquisa, de orientação do estudo individual”, diz o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Alessio Costa Lima.

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