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Mainardes avalia trabalho e quer reeleição na Câmara

 

Peterson Strack
Vereador Sebastião Mainardes quer iniciar seu quarto mandato, novamente, como presidente da Casa

 

O vereador Sebastião Mainardes (DEM) chegou ao final de seu terceiro mandato como presidente da Câmara Municipal de Ponta Grossa. Reeleito para uma nova gestão com 2.814 votos, ele almeja continuar, em 2017, no cargo de presidente da Casa de Leis. Para isso, está confiante nos resultados do trabalho voltado à transparência administrativa e no atendimento à população que realiza desde os tempos de chefia no Detran, em 1995. Como ações para a próxima gestão, ele considera indispensável a ampliação do prédio da Câmara, e não descarta a volta à discussão sobre a redução no número de vereadores. Leia a entrevista exclusiva concedida ao DC:

 

Qual é a sua avaliação do resultado nas urnas que te rendeu a reeleição como vereador?

Eu fui o quinto vereador mais bem votado. Na primeira eleição também fiquei em quinto lugar, na minha segunda eleição fiquei em quinto, na terceira fiquei em sétimo, e agora fiquei em quinta colocação novamente. Tenho seguido uma média desde minha primeira eleição. Tive, respectivamente, 2.584, 3.323, 2.500 e, agora, 2.814 votos. Isso é resultado do trabalho que a gente desenvolve ao longo de uma vida. Entrei na vida pública no Detran, em 1995, e ali começou minha vida pública. Naquela época, o Detran era considerado um órgão de difícil acesso, e a gente conseguiu desenvolver um bom trabalho, atendendo as pessoas sempre com as portas abertas, sem distinção. Normalmente, chefe quer atender só pessoas mais influentes, e essa nova postura me rendeu a primeira eleição. Fiquei na chefia do Detran por oito anos. Dali, acabei me destacando como vereador, tendo sucesso na primeira eleição, e permanecendo no cargo até hoje. Tive oportunidade, em três mandatos que estou exercendo, de ter passado por todas as comissões internas da Casa, e ter presidido as três mais importantes: Justiça, Finanças e Obras. Tive a oportunidade de passar por todos os cargos da mesa executiva: Primeiro, Segundo e Terceiro-Secretário, Vice-presidente, e Presidente por duas vezes. Esse é nosso trabalho na Câmara.

 

Então você atribui sua reeleição à experiência e ao atendimento pessoal com o público?

Sim. Nessas funções que exerci, além da parte política, tem a esfera administrativa. A gente começa a participar da administração pública, acompanhando regras do Tribunal de Contas, e as principais demandas do município acabam chegando à Presidência da Câmara. Pessoas que não conseguem resolver uma situação vêm até o presidente da Câmara, porque a gente tem uma ligação muito forte com lideranças comunitárias.

 

Você irá disputar a reeleição?

Sim. Eu faço parte de um grupo de vereadores, em número considerável. E fizemos uma reunião semana passada, quando meu nome ficou sendo o nome que vai disputar a Presidência da Câmara em nome desse grupo.

Parece que a redução no número de vereadores em Ponta Grossa voltará à discussão em 2017. Qual sua opinião a esse respeito?

Lá atrás, quando foi protocolado o aumento no número de vereadores, nunca fui favorável ao limite, de 23 vereadores. Eu estava na Presidência da Comissão Especial que deu o parecer, defendi o número de 19 vereadores. Na época, os vereadores queriam 21, e emendamos pra 21, mas a emenda acabou sendo derrubada em Plenário, sendo aprovado o número de 23. Mas penso que 19, e até mesmo 21, seria um bom número.

 

O que muda com o aumento no número de vereadores na base aliada do governo municipal em 2017?

Vejo como positivo, porque a oposição responsável é importante para o Município. Você não pode ver com maus olhos a oposição, que é quem aponta uma falha que as pessoas da situação, por estarem muito próximas, acabam não enxergando. E, sendo uma oposição construtiva, acho muito boa. As destrutivas eu sou contra. Mas, apontar falhas e ajudar a achar saída, acho muito importante. Com um número maior de vereadores da situação, o prefeito vai ter mais facilidade em dar andamento em seus projetos para fazer diversas mudanças necessárias na administração, e aí o Município deve entrar numa nova fase de, talvez, contenção de despesas, mais celeridade ao governo, para que se consiga mais rapidamente os recursos e obras e todas as alterações que precisam ser feitas. E aí penso que o prefeito vai poder administrar com mais tranquilidade.

 

Quais foram suas ações de destaque como vereador e Presidente da Câmara?

Atuamos em diversas áreas. Principalmente com pavimentação, levando as reivindicações, ajudando a fazer com que as pavimentações acontecessem. Dentro da Câmara tínhamos o projeto de construção, e tínhamos o recursos para construir o prédio anexo que hoje é necessidade. Abrimos mão da obra. Tínhamos projeto, receita orçamentária, recursos financeiros. Mas, devido à crise, decidimos esperar um pouco mais, e esse recursos foram devolvidos aos cofres do Executivo para que auxiliasse nos pagamentos das despesas. Como as receitas diminuíram, serviria para as áreas de Saúde e Assistência Social. Isso contribuiu bastante naquele momento. E fizemos uma gestão firme, com muita economia. Os vereadores ajudaram, foi uma administração tranquila. Dois anos sem muita briga de vereadores. Teve um amadurecimento, e eles conseguiram trabalhar e dar sequência em seus trabalhos, fiscalizando e legislando nesses últimos dois anos.

 

O que o senhor não conseguiu fazer nesse dois anos, e pretende fazer agora, se reeleito?

Nós temos o problema do espaço físico, tanto que nossa primeira sessão demonstrou isso. A questão de acessibilidade nós já estamos providenciando, que é necessidade e lei. Mas, penso que vamos ter que resolver o problema do espaço físico. Continuamos com setores administrativos fora do prédio, e vejo que isso é problemático. Não vamos escapar disso, vamos ter que fazer. Talvez não executemos o projeto que temos e façamos um menor, mas alguma coisa teremos que fazer. A estrutura do prédio atual também tem muita coisa para ser arrumada. Fazemos o básico da manutenção, mas temos uma série de problemas da parte elétrica e hidráulica inclusive, e no telhado.

 

Como dar maior confiança ao trabalho na Câmara, em momento político nacional tão conturbado?

Eu fui o autor, ainda em 2009, do portal da transparência, quando ainda não era obrigatório. Coloquei em funcionamento e, recentemente, estivemos junto no Ministério Público do Paraná, onde fizeram o acompanhamento de todas as câmaras do Estado, e fomos considerados na mais perfeita ordem. Então, no que se refere à transparência, a Câmara não tem nada a esconder. A partir disso, estamos abrindo a Câmara para quem quiser fiscalizar os gastos e ações. Isso é muito positivo. Mas as atitudes de cada vereador é que vão dar a imagem da Câmara. Se bem que, com o que vem acontecendo em Brasília, o político, de modo geral, está sendo muito mal visto. E, embora estejamos distantes de tudo isso, acaba chegando na gente também. Temos que, de forma muito transparente, trabalhar. E a postura dos vereadores é que vai dar a imagem do político a nível municipal.

 

Como tem sido a participação popular na Câmara?

A população participa quando tem assunto de interesse, polêmico, ou de determinado grupo social. A procura nas sessões, normalmente, é muito pequena. As pessoas não frequentam a Câmara, ou não em horário de sessão. Para nós, é uma honra receber a população e, quando tem assuntos polêmicos, temos bastante dificuldade, porque a estrutura também não atende um número muito grande de pessoas. Mas, nas audiências públicas não tem aparecido quase ninguém. A prestação trimestral de contas do Município, dificilmente tem 10 ou 20 pessoas. Nas audiências públicas da saúde, as vezes, não tem nenhuma pessoa. E a saúde, que é tão criticada, na hora de cobrar não aparece ninguém, apesar da publicidade. A participação popular é pequena, mas isso não é da nossa vontade, nossa vontade é: quanto mais pessoas, melhor.

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