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Jornalista faz acusações contra Ricardo Teixeira

José Cruz/ Agência Senado 
Andrew Jennings acusou Teixeira e João Havelange de receberm subornos de mais de U$ 60 milhões

 

 

O jornalista investigativo britânico Andrew Jennings fez nesta quarta-feira (26), durante audiência pública da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), uma recomendação ao governo brasileiro: a de solicitar ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, que torne público o relatório final da Justiça da Suíça no qual constaria uma confissão do dirigente de que teria recebido propinas em contratos demarketing relacionados ao futebol.

Concluído em maio do ano passado, o relatório da Justiça da Suíça ainda não foi publicado, segundo o jornalista, por pressão do presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Joseph Blatter. O documento, relatou o jornalista, conteria, em aproximadamente 45 páginas, confissões assinadas por Teixeira e pelo ex-presidente da Fifa João Havelange, além de uma confissão de Blatter de que ele sabia do suborno.

– Blatter insulta a todos ao dizer que o relatório é legalmente muito complexo. Coloque o documento na Internet agora, pois temos advogados que podem nos ajudar a compreendê-lo – disse Jennings durante a audiência, que foi aberta pelo presidente da CE, senador Roberto Requião (PMDB-PR).

O jornalista britânico, que tem feito documentários sobre o tema para a BBC, lembrou que o Senado brasileiro promoveu uma investigação, em 2001, cujo resultado indicou que Teixeira teria recebido ilegalmente dinheiro de uma empresa de Liechtenstein chamada Sanud. Após investigar o caso, ele concluiu que a Sanud seria parceira da ISL, empresa de marketing ligada à Fifa, na década de 90.

Ainda de acordo com o jornalista, Teixeira teria sido beneficiado com US$ 9,5 milhões pelo esquema de corrupção, enquanto Havelange teria recebido uma transferência de US$ 1 milhão. Em sua opinião, a manutenção de Teixeira no comando dos preparativos da Copa de 2014 poderia prejudicar a imagem do Brasil no exterior.

– Nós queremos ver o samba e uma celebração do país que, em vinte anos, saiu de uma ditadura para uma democracia, com imprensa livre. Se vocês querem o respeito do mundo, no interesse da reputação de seu país, entreguem a organização a honestos burocratas brasileiros – sugeriu. 

Marcos Magalhães / Agência Senado

 

 

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