O Ministério Público foi informado nesta segunda-feira de que ação por improbidade administrativa, cujo recurso tramitava no Superior Tribunal de Justiça (STJ), contra o ex-deputado e ex-prefeito Jocelito Canto (PMDB) teve decisão transitada em julgado (quando não cabe mais recurso). O processo se refere ao repasse de R$ 100 mil à Santa Casa de Misericórdia em 2000, quando Jocelito era prefeito da cidade -gestão 1997/2000. O MP entendeu que Jocelito usou o repasse para fazer promoção pessoal, como se a iniciativa fosse uma doação sua. Segundo a decisão, Joce terá seus direitos políticos suspensos por três anos.
A promotora de Defesa do Patrimônio Público, Michelle Ribeiro Morrone Fontana, ressalta que mesmo a decisão final tendo sido efetivada dez anos depois que a ação foi proposta (2001) trata-se de um reconhecimento à atuação do MP. Isso comprova todo o esforço que os promotores que atuaram na ação tiveram, enfatiza.
Procurado pela reportagem, Jocelito se mostrou indignado. O MP merece um prêmio. Todos os promotores que atuaram na ação merecem um troféu porque tiraram os direitos de um político que mandou dinheiro para a saúde, para salvar vidas. Enquanto isso, milhares morrem no Pronto Socorro e não acontece nada com ninguém, declara.
Questionado sobre o fato de estar inelegível pelo menos pelos próximos dez anos, o político disse não estar preocupado. Faço minhas as palavras do ministro Gilmar Mendes em entrevista à Folha de São Paulo sobre as injustiças da Ficha Limpa: cassam-se políticos de forma injusta, conclui. (A.R.)