O deputado federal Aliel Machado (Rede) também subiu à tribuna da Câmara Federal para acusar uma articulação para anistiar crimes cometidos por agentes públicos, como o caixa dois. Pessoas agem na madrugada, articulam, mas não aparecem, não dão as caras, alegou Aliel, que também mencionou o acidente envolvendo a equipe da Chapecoense que vitimou mais de 70 pessoas mas que até o momento não interrompeu a sessão do Legislativo.
Infelizmente estão se aproveitando dessa tragédia, desse desvio de foco para aprovar regras que desvirtuam o que foi pedido pela população, disse Aliel.
A maior polêmica da votação do pacote anticorrupção é a possibilidade de a tipificação do crime eleitoral de caixa 2 implicar indiretamente a anistia dos crimes anteriores à lei. Deputados contrários a essa parte do texto argumentam que isso terá efeitos na Operação Lava Jato.
O Plenário analisará ainda emendas que os partidos podem apresentar mudando o texto aprovado na comissão especial com pontos retirados pelo relator antes da aprovação, como a inclusão dos juízes e dos promotores entre os que podem ser processados por crime de responsabilidade.
Ao abrir os trabalhos, os deputados fizeram um minuto de silêncio em homenagem às 75 vítimas e vários parlamentares se revezaram na tribuna para lamentar a tragédia. Alguns parlamentares pediram a suspensão dos trabalhos na Câmara hoje. Várias pessoas estão pedindo que se suspenda a sessão em sinal de luto e solidariedade ao povo catarinense, apontou o deputado Celso Maldaner (PMDB-SC). Pedro Uczai (PT-SC) e Valdir Colatto (PMDB-SC) também pediram a suspensão dos trabalhos.
O deputado Carlos Manato (SD-ES), que presidia a sessão, informou que repassaria o pedido ao presidente da Casa, Rodrigo Maia. Até o momento, as atividades no Plenário estão mantidas.