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Indústrias paranaenses desenvolvem inovação com foco em produtos

Considerando melhorias e desenvolvimento de novos produtos e dos processos produtivo e de distribuição, além de otimização das práticas de gestão, mudanças no desenho ou embalagem do produto e alterações no posicionamento, promoção ou preço de um produto, a primeira opção é que mais se destaca quando o assunto é ações de inovação realizadas pelas indústrias paranaenses.

Esse e outros resultados estão dispostos na Bússola de Inovação, estudo da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) que traça, a cada dois anos, um perfil do setor paranaense. A edição 2019, divulgada nesta quarta-feira (31), foi baseada na participação de 900 empresas de 21 segmentos industriais, sendo 81% delas micro ou pequeno porte.

O objetivo é avaliar como está o nível de esforços, de gestão e os resultados obtidos a partir da implantação de projetos inovadores. O presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo, explica que a Bússola da Inovação reúne indicadores importantes para que gestores possam reavaliar o planejamento das empresas e ter mais segurança para tomar suas decisões. “Com os dados em mãos, nossas indústrias podem recorrer a fontes adequadas de crédito para investirem em tecnologia, em produtos de alto valor agregado, em adequação de processos, em melhorias de gestão. Tudo isso vai gerar um ganho significativo de competitividade”, garante.

Personalizado

As empresas participantes também podem acompanhar sua evolução: após realizar a autoavaliação online, os dados enviados são convertidos em um diagnóstico completo, capaz de retratar a situação da empresa. O resultado fica salvo e, nas próximas edições, é possível comparar o grau de evolução. De quebra, a indústria também recebe uma consultoria com uma série de medidas a serem implementadas para melhorar sua performance.

 

Setor ainda enfrenta diversos desafios na inovação

Em entrevista ao Diário dos Campos, o pesquisador do Observatório do Sistema Fiep, Augusto Machado, destacou que o estudo mostra melhoria em algumas dimensões, mas destacou três dos doze principais desafios identificados para a indústria paranaense: interação consistente com diversos atores do ecossistema, proporcionando melhorias no processo de inovação; evolução de competências técnicas e relacionais, de maneira a constituir um ambiente de confiança e segurança para captar recursos em fontes públicas e privadas; e desenvolvimento de inovações de impactos nacional e mundial, com vistas a ampliar nichos de mercado, bem como expandir a visibilidade e a rentabilidade dos negócios.

“Precisamos ter alta prioridade na pesquisa e desenvolvimento, que trabalha questões de sistematização de conhecimento e formas de subsidiar novos produtos e tecnologias. A captação de recursos é outro ponto a ser melhorado, já que teve decréscimo em relação à edição anterior”, afirma Machado.

O pesquisador refere-se a indicadores como o de que 52% das empresas executam atividades de pesquisa e desenvolvimento, mas apenas 5% têm procedimentos bem definidos e só 9% consideram isso como alta prioridade, por exemplo.

Outro número que preocupa o setor é a regressão, em relação à última edição (2017), do cenário de captação de recursos externos para investimentos em inovação: só 33% das empresas buscaram esses recursos, enquanto o número anterior foi de 41%. A maioria utilizou recursos próprios, o que, para a Fiep, sinaliza que a capacidade de fomento está restrita ao autofinanciamento.

 

Interação com outros atores ainda é baixa

Em relação às interações realizadas pelas indústrias que participaram da pesquisa junto a outros atores sociais que podem contribuir com os processos inovadores da empresa há dados curiosos. Enquanto o segmento que é mais citado é o de clientes ou consumidores (77% das empresas interagiram com eles), as menores intensidades de relação são com incubadoras ou parque tecnológicos (83% não interagiram).

“Tais personagens têm maior relação com o acesso a financiamentos e a tecnologias disruptivas. Portanto, esse retrato da interação tem relação direta com o tipo, a abrangência e o impacto no faturamento que as inovações desenvolvidas podem gerar”, aponta o estudo.

Para o pesquisador Augusto Machado, isso se deve à uma série de fatores. “As empresas têm desenvolvido inovações incrementais, de baixo impacto, o que diminui o contato com incubadoras. Na medida em que essas ações se tornam mais disruptivas essa busca por outros atores cresce, mudando esse perfil de médio a longo prazo”, avalia o integrante do Observatório da Fiep.

 

Total de indústrias que interagiram com atores sociais

64%: Clientes ou consumidores

54%: Fornecedores

37%: Empresas de consultoria

34%: Concorrentes

28%: Empresas de outro setor

21%: Comunidade no entorno da empresa

21%: Arranjos produtivos locais

20%: Universidades ou institutos de pesquisa

20%: Sindicatos, associações e outros

19%: Centros de capacitação profissional

17%: Laboratórios tecnológicos

17%: Instituições especializadas de suporte à inovação

14%: Órgãos regulamentadores

12%: Órgãos governamentais

9%: Incubadora ou parque tecnológico

 

 Acesse o estudo completo: http://www.bussoladainovacao.org.br/

 

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