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Hoteis e restaurantes de PG têm queda média de 85% no faturamento

Por praticamente sobreviver de aglomerações e deslocamentos – duas práticas não recomendadas em meio à pandemia do novo coronavírus – o setor de turismo é um dos que mais sofre o impacto direto e imediato em meio à crise econômica que tem se formado. Em Ponta Grossa, os hoteis e restaurantes, por exemplo, já estão registrando uma média de 85% de queda no seu faturamento; em alguns casos, a porcentagem chega a 100% devido a estabelecimentos estarem fechados.

A estimativa foi repassada ao DC pelo presidente do Sindicato dos Hoteis, Restaurantes, Bares e Similares dos Campos Gerais, Daniel Wagner, que também é hoteleiro e diretor de Turismo da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG). “Na nossa base de estabelecimentos do sindicato, cerca de 30% dos empregos já deixaram de existir. Ou seja, praticamente em cada três empregos, um já se foi”, destaca o representante.

“80% do custo de um hotel é fixo; tendo cliente ou não ele está lá. Nosso principal foco hoje são as relações de trabalho, já que o maior custo é a mão de obra. Mas estamos tentando ao máximo preservar esses empregos, orientando as empresas a não demitirem. O governo lançou diversas possibilidades, como dar férias mesmo que ainda não estejam vencidas, banco de horas negativo, redução de jornada… queremos fazer de tudo para usar essas medidas antes de demitir”, afirma Wagner.

Segundo ele, em todo o país mais de 70% dos hoteis estão fechados. “Algumas alternativas propostas para a utilização da hotelaria em meio à queda de viagens é oferecer quartos para pessoas da própria cidade que queiram fazer isolamento por ter alguém pertencente ao grupo de risco em casa, por exemplo, ou àqueles que precisam de um lugar mais calmo para fazer home office ou alguma reunião por vídeo importante, já que no hotel é possível ter mais privacidade e silêncio”, comenta o hoteleiro.

Restaurantes

Conforme comenta o representante do sindicato, os restaurantes foram muito impactados por ficarem limitados às entregas em casa. “Está sendo pregado que o delivery é a salvação do mundo, mas não é porque antes ele era um complemento ao atendimento no salão, uma opção prática para a correria do dia a dia. Como neste momento as pessoas estão em casa, com mais tempo livre disponível, cozinhar acaba sendo uma terapia, algo a mais para ocupar a cabeça; não precisam que ninguém faca comida para elas”, avalia Daniel Wagner. “Os restaurantes só vão respirar um pouco quando tiverem a possibilidade de atender clientes no salão mesmo, nem que comecem utilizando só 20% do espaço”, exemplifica.

Perspectivas

De acordo com Daniel Wagner, a perspectiva do setor é de que a situação deve começar a se normalizar na metade do segundo semestre. “O turismo nacional deve ser fortalecido, pois as pessoas vão preferir fazer viagens mais próximas e a cotação do dólar segue alta. Para a nossa cidade, que tem o turismo corporativo muito forte, podemos contar com uma recuperação ais antecipada na hotelaria, já que diferente do turismo de lazer, que é um desejo e um plano para quando tudo tudo está bem, as viagens de negócios são uma missão específica, compromissos”, analisa o representante do segmento.

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