Josué Lopes Rodrigues. Este é o nome do homem que está vendendo água mineral nas ruas de Ponta Grossa. Mas o que ele tem de diferente? Tudo! Trajado de garçom, ele oferece as garrafinhas nas portas dos carros e, na maior categoria, numa bandeja com balde de gelo. Nesta quarta-feira, quando os termômetros estão marcando 29°C, ele está trabalhando na avenida Vicente Machado esquina com a rua Balduíno Taques. E pensa que ele se incomoda com o calor? Que nada! Aproveita para faturar.
Com 53 anos de idade, Josué é casado e pai de três filhos (todos casados). Ele conta que já trabalhou como garçom, está fazendo cursos (Solda no Senai pelo Pronatec e de churrasqueiro) e vende espetinho todas as noites, em frente à sua casa, no Parque Nossa Senhora das Graças. Tinha um trailer, mas um acidente em 2011 tirou o seu ganho pão.
Esbanjando disposição para o trabalho, Josué é mais um trabalhador brasileiro atingido pela crise econômica. Ele viu a venda de espetinhos despencar 56% no ano passado e olha que ele trabalha com isto há dez anos. E foi assim que resolveu ir para as ruas vender água.
Conciliando as duas atividades (espetinho e água), Josué, que nem sempre pode ir para a Vicente Machado devido aos cursos, explica que vestido de garçom passa uma boa imagem aos clientes. Se não estiver bem caracterizado, a pessoa pensa três vezes antes de te atender, conta. E para trabalhar como garçom ele fez curso oferecido pela Associação de Proteção a Maternidade, Família e Infância (APMFI).
Além de ganhar um dinheiro, Josué recebe elogios dos clientes pela sua postura, o que para ele é muito gratificante. Como ele aprendeu a ser vendedor? Aos 12 anos de idade, com a sua mãe, hoje com 77 anos de idade, a Dona Maria do Salgadinho. Aposentada, ela continua a fazer os quitutes.
História
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