em

Gustavo Loyola palestra em PG sobre perspectivas da economia

Na próxima terça-feira, Ponta Grossa recebe o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola. Ele palestrará sobre Perspectivas da Economia Brasileira, no Teatro Marista, no 12° Ciclo de Palestras, evento do DIÁRIO DOS CAMPOS e da Rádio CBN. Os convites podem ser retirados gratuitamente no jornal.

Para o palestrante, a economia está iniciando um processo de recuperação, porém uma melhora só deverá ser sentida realmente a partir do próximo ano, quando o Produto Interno Bruto (PIB) voltar a crescer. No entanto, para que haja uma melhora no cenário nacional, com favorecimento do setor produtivo, alguns pontos ainda precisam ser ajustados, como, por exemplo, as medidas de ajuste fiscal.

Loyola é sócio-diretor da Tendências Consultoria Integrada, empresa sediada em São Paulo. É membro do Conselho de Administração de várias empresas e doutor em Economia pela FGV. Exerceu a presidência do Banco Central por duas vezes, nos períodos de novembro de 1992 a março de 1993, e de junho de 1995 a agosto de 1997. Confira a entrevista.

DIÁRIO – Qual a visão que se tem da economia brasileira hoje?

LOYOLA – Estamos em um momento em que a economia está iniciando o processo de recuperação cíclica, depois de vários trimestres no terreno negativo, com recessão, só que é uma recuperação ainda muito lenta, com terceiro trimestre ainda de retração e o quarto deve ser de um pouco mais de estabilidade, com a economia voltando a crescer no ano que vem.

DIÁRIO – Quais são essas perspectivas para a economia?

LOYOLA – Para 2017 dá para esperar um PIB positivo na faixa de 1,5%. Evidentemente que tem algumas coisas que precisam acontecer para que este cenário se confirme e uma delas e a principal é o sucesso do Governo na aprovação das medidas de ajuste fiscal, principalmente a PEC do Teto e outras iniciativas como a reforma da Previdência ou que esta esteja bem encaminhada. Também que não se tenha nenhuma crise política, se pressupõe que a situação política continue tranquila do ponto de vista da capacidade do Governo Temer influenciar a agenda no Congresso. Estas são pré-condições, mas o foco do crescimento não será uma coisa rápida porque existem alguns fatores que são delimitadores desta retomada do crescimento e uma delas é a questão fiscal. O baixo crescimento global é fator que inibe a retomada mais forte, depois destes dois anos de rescisão profunda que o Brasil passou, mas as perspectivas no geral são mais positivas. O País deve sair finalmente da recessão.

DIÁRO – O que os empresários podem esperar dos juros para 2017?

LOYOLA – Provavelmente a queda dos juros. O Banco Central já deu início ao processo da redução da taxa Selic e isto deve ter continuidade na reunião do Copom de novembro. Deve ser um processo de queda gradual, lento, mas que deve sim ter continuidade ao longo de todo ano que vem e isto porque a inflação está melhor, dando sinais mais favoráveis e as expectativas em relação a 2017 estão se aproximando da meta de 4,5% e isto dá um conforto ao Banco Central para iniciar o processo de queda das taxas.

DIÁRIO – Os investidores externos devem continuar apostando no Brasil?

LOYOLA – Eu acho que sim. Não devem desistir de apostar no Brasil, ao contrário, agora que o País tem uma perspectiva de sair da recessão eles devem confiar, claro que tem que ter cautela, não pode achar que da noite para o dia as coisas vão se transformar, mas sem dúvida o Brasil iniciou um caminho de retomada, se bem que existem reformas que são necessárias e tem muitas políticas públicas que precisam ser realizadas para que o Brasil possa voltar a crescer de forma mais robusta a partir de 2017.

DIÁRIO – O que os empresários precisam ter em mente sobre o futuro nacional?

LOYOLA – Tem que ter em mente que primeiro o País tem potencial muito grande para crescer e se desenvolver, mas isto depende muito da participação política e dos empresários em particular, de maneira que os políticos eleitos produzam políticas que sejam favoráveis ao desenvolvimento e crescimento e não maluquices econômicas que se viram durante o Governo do PT, que contribui para o atraso de vários anos da economia e certamente para a recessão mais forte que o Brasil tem notícia nos últimos 80 anos.

 

Serviço

Data: 08/11/2016

Horário: 20 horas

Local: Teatro Marista

 

Loyola: “tem muitas políticas públicas que precisam ser realizadas para que o Brasil possa voltar a crescer de forma mais robusta a partir de 2017”

Foto: Arquivo

 

 

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.