O Grupo Petrópolis, dono de marcas como Itaipava, Crystal e Petra, entrou com processo de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro. As dívidas da empresa somariam mais de R$ 4 bilhões.
A crise ocorre há cerca de 18 meses e decorre da redução de receita, segundo a petição. Da dívida total apresentada pelo Grupo, 52% é com fornecedores e terceiros. O restante corresponde a dívidas financeiras.
Conforme o comunicado, o Grupo Petrópolis sofreu redução de 23% na venda de bebidas no ano passado. No mesmo período, a empresa alega que os custos subiram e não foram repassados aos consumidores.
A 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro concedeu ao grupo liminar que determinou liberação dos recursos da companhia por instituições como Banco Santander, Fundo Siena, Daycoval, BMG e Sofisa. Segundo o Grupo Petrópolis, o pedido feito à Justiça tem o objetivo de evitar o “iminente estrangulamento do fluxo de caixa” da empresa.
Concorrência
Fundado em Petrópolis, no Rio de Janeiro, o Grupo que leva o mesmo nome da cidade é responsável pela fabricação de cervejas como Itaipava, Crystal, Petra e Cabaré. Também fabrica as vodkas Blue Spirit Ice e Nordka, os energéticos TNT Energy Drink e Magneto, além do refrigerante It!.
A empresa carioca concorre, por exemplo, com duas fábricas que estão instaladas em Ponta Grossa: Ambev e Heineken.
O pedido de recuperação judicial do Grupo Petrópolis influenciou na bolsa de valores nesta terça-feira (28). As ações da Ambev subiam quase 7% durante a tarde em decorrência da crise na empresa concorrente.
Recuperação judicial
A recuperação judicial é o procedimento que tem por objetivo evitar que a empresa quebre quando está em uma crise financeira. Além de socorrer os sócios, esse instrumento visa à proteção também de funcionários, fornecedores, prestadores de serviços, clientes e todos os que, de alguma forma, possuem algum vínculo com a organização.
A recuperação permite às organizações uma renegociação de dívidas. Em contrapartida, a empresa precisa apresentar plano para acertar as contas, seguir em operação e evitar a falência.