Os produtores rurais terão mais um ano para se inscrever no Cadastro Ambiental Rural (CAR). O prazo terminaria na próxima terça-feira (5), mas o ministro interino do Meio Ambiente, Francisco Gaetani, disse ontem, em audiência na Comissão de Agricultura da Câmara, que o governo decidiu adiar a obrigatoriedade. Segundo ele, o decreto de adiamento será publicado na semana que vem.
Criado pelo Código Florestal e aprovado em maio de 2012 o CAR serve como um banco de informações sobre os imóveis rurais. O cadastro reúne dados como a delimitação das áreas de proteção, reserva legal, área rural consolidada e áreas de interesse social e de utilidade pública.
O ministro Francisco Gaetani disse que autoridades e especialistas de outros países se surpreendem com a iniciativa brasileira de fazer o levantamento. Estamos saindo do mundo da falação para o mundo do pragmatismo e do planejamento do uso do nosso potencial, destacou.
O ministro foi convidado para explicar a atual situação do CAR e discutir a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais. No debate com os parlamentares ele afirmou que o governo ainda estuda um modelo de pagamento pela perservação das florestas.
Já existem experiências exitosas em São Paulo, no Rio de Janeiro, Amazonas, Acre, Paraná, Espírito Santo, mas o desafio é encontrar uma forma de desenvolver essa ferramenta para usá-la em todo o território, explicou Gaetani.
Prazo
No início deste ano, o Ministério da Agricultura anunciou que estenderia por mais um ano o prazo para realizar o Cadastro Ambiental Rural, porém horas depois voltou atrás e manteve a data limite para começo de maio. Desta vez, o ministro do Meio Ambiente decidiu, através do Governo Federal, anunciar o adiamento da obrigatoriedade.
O cadastro é obrigatório para todos os imóveis rurais e tem por finalidade integrar informações ambientais, criando assim um banco de dados nacional para planejamento ambiental e econômico. Em Ponta Grossa entidades realizaram ao longo deste ano encontros com os produtores para falar sobre a implantação do CAR.
Francisco: desafio é encontrar uma forma de desenvolver essa ferramenta
Foto: Agência Brasil