O governo federal informou que, de segunda (28) para terça-feira (29), o gabinete que monitora no Palácio do Planalto a paralisação dos caminhoneiros constatou que "dobrou o abastecimento" de gêneros essenciais, como combustíves, alimentos, medicamentos e ração para animais, distribuídos, sob escolta, em todo o país. A informação foi passada pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
"Após nove dias, se não tivéssemos retomado o abastecimento, a situação estaria muito pior", afirmou Padilha. "Caminhamos para a normalidade", acrescentou, sem deixar de reconhecer que ainda há "muitos caminhões na margem das estradas". Padilha reafirmou que não há mais pontos de bloqueios, mas ainda ocorrem manifestações contrárias à retomada do trabalho.
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, afirmou que hoje "o problema é muito menos os caminhoneiros e mais a ação de oportunistas" que querem impedir o fim da paralisação. Por causa disso, manifestantes foram presos no Maranhão, informou o general.
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, voltou a citar a presença de infiltrados entre a categoria. "Ouvimos o presidente da associação dos autônomos dizer que os caminhoneiros estão satisfeitos, e que infiltrados estão hoje no movimento", destacou. "A democracia protege até quem se manifesta contra a democracia; todos podem se manifestar, mas não podem trancar estradas", completou. "Dialogamos com quem estava reivindicando, mas quem está fora da lei tem que sofrer os rigores da lei", avisou. Marun reafirmou que o governo foi informado pela Polícia Federal (PF) de que haveria crime de locaute – quando patrões se aproveitam de um movimento de trabalhadores para obter vantagens financeiras.