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Gleisi, Alvaro e Requião: três opiniões sobre impeachment

Senadora defende mandato de Dilma, peemedebista admite impeachment e pede novas eleições, enquanto que Alvaro Dias quer rapidez na saída de presidente para solucionar crise

 

Após ser aprovado pela Câmara de Deputados, o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) passa agora a ser analisado pelo Senado. Com menos parlamentares mas devendo se prolongar mais na análise, o Senado possui três representantes paranaenses, dois deles contrários ao afastamento, uma, inclusive, integrando a Comissão que irá analisar o processo que veio da Câmara.Ainda assim, cada um dos paranaenses na Casa possui um posicionamento distinto sobre o processo.

Dos senadores paranaenses, Alvaro Dias (PV) é o único favorável ao afastamento de Dilma. Tradicional opositor ao governo, o parlamentar já defendia o impeachment desde o ano passado. “O Brasil não continuar convivendo com uma semi-presidente comandando um País negociando, demitindo, nomeando na esperança de preservar o poder, assim como não pode conviver com um semi-presidente na expectativa de assumir o poder”, afirma.

Do outro lado, Gleisi Hoffmann (PT), é enfática na defesa do governo Dilma e integrará a Comissão que analisa o pedido de afastamento da presidente. Gleisi é sumariamente contrária ao impeachment e vê um retrocesso no país em uma eventual ascensão do governo do vice Michel Temer (PMDB). “É sobre isso que estamos falando. O impeachment da presidente Dilma não é para resolver o problema da corrupção no país, é para colocar um programa de ajuste fiscal sem precedentes em cima dos mais pobres”.

Já o terceiro representante do Paraná no Senado, Roberto Requião (PMDB), vive situação singular. Pertence ao partido do vice de Dilma – e que rompeu com o governo – mas é contrário ao impeachment. Requião não vê argumentos legais para seguir a orientação de seu partido e adiantou que irá votar pelo ‘não’ ao impeachment, embora admita que não crê na salvação da presidente. Para Requião, seriam necessárias novas eleições presidenciais, como solução para a crise. “Não há legitimidade em um novo governo comandado pelo vice-presidente, já que a sua anunciada proposta para o Brasil representa um gravíssimo retrocesso e não foi submetida à decisão popular. O povo decide, eleições já”, argumenta.

 

Como os paranaenses irão julgar o impeachment

Gleisi Hoffmann (PT)

Divulgação

Trâmite do processo no Senado

“Que a gente possa de fato cumprir todos os prazos e todos os processos e discutir o conteúdo. Eu quero discutir aqui. Já falei em plenário o que significam os decretos de suplementação e a pedalada fiscal, que é uma só, que se refere ao Banco do Brasil, ao Plano Safra. E que vamos discutir exaustivamente, inclusive a lei que a ampara, assim como os decretos, que encontram base legal, e que têm sido feitos por diversos governadores nos estados brasileiros. Por isso é que a Câmara não se deteve nesse debate, porque não tinha como sustentar. Então, o que eu peço aos senadores é que a gente possa fazer essa discussão aprofundada”.

Argumentação pelo ‘não’

“Que tipo de processo nós vamos ter? Eivado de vícios. Que não tem base constitucional e que tem a dúvida do relator. É uma aberração isso. Não pode dar certo. O que nós vamos ter é uma instabilidade política maior do que a que nós estamos tendo. O que está em jogo aqui com o impeachment é desmontar o Estado de Direito, é desmontar o direito das pessoas a ter acesso a um mínimo de dignidade possível. Como ao Minha Casa Minha Vida e como a programas que enfrentam a pobreza”.

Alvaro Dias (PV)

Divulgação

Análise do processo

“O Senado deve atuar com agilidade. O Brasil já esperou demais. Está cansado desse debate. O povo brasileiro espera uma resolução rápida para esse impasse, a solução dessa indefinição o mais rapidamente possível, porque já protelamos em excesso este debate, que se torna desgastante, porque compromete os interesses nacionais, porque emperra a possibilidade ou descarta a possibilidade de recuperação econômica a curto prazo no País, compromete a economia, assusta o mercado”.

Justificando o ‘sim’

“Nós temos que responsabilizar a Presidência da República pelos crimes eventualmente praticados, pelos desmandos eventualmente ocorridos, e esta é a nossa responsabilidade. Há razões de natureza política que nos confortam nessa decisão. Esses fatos, os argumentos que decorrem dessas investigações e de julgamentos já efetuados são suficientes para oferecer o conforto de natureza moral, ética nesse julgamento fundamental”.

Roberto Requião (PR)

Divulgação

Processo no Senado

“Não quero entrar no mérito dos fatores que levaram a opinião pública a este sentido. De alguma maneira, a insatisfação popular se mostrou na votação na Câmara Federal. Ninguém discutiu crime de responsabilidade fiscal, mas mais de 70% dos senhores deputados pediram o impeachment da presidente, o que significa que não toleram mais o governo, isso inviabiliza o governo. Eu não tenho dúvidas que o impeachment passa também no Senado. É evidente que pode haver uma resistência, mas isso é mais uma demarcação de território”.

Posicionamento

“Quem procura tornar crime uma conduta que nem mesmo é exigida em lei quer se sobrepor ao legislador, desrespeitando o Estado democrático de direito e a representação popular que confere ao Parlamento o poder de legislar. Vou repetir aqui o que já disse um milhão de vezes: lugar de ladrão de dinheiro público é na cadeia. Seja quem for, doa a quem doer: lugar de ladrão é na cadeia Nada pela metade. Nada de preservar este ou aquele partido, este ou aquele político. Se sobrar algum corrupto, a roubalheira logo recomeça. A Ponte para o Futuro, pregada pelo PMDB de Temer é um pacto regressivo que visa destruir os direitos sociais básicos conquistados pelo povo brasileiro”.

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