Dezenas de funcionários da Metalúrgica Schiffer, de Ponta Grossa, estiveram em assembleia para votar o Plano de Recuperação Judicial da Empresa, na tarde desta terça-feira (29). Foi apresentada uma proposta de forma e prazo para que sejam efetuados os pagamentos aos trabalhadores que ainda têm valores a receber, após ter sido decretada a recuperação fiscal da Metalúrgica.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Ponta Grossa, Mauro Carvalho, a proposta foi aprovada pela maioria, e deve ser colocada em prática assim que for homologada pela Justiça. Pelo Plano, a Empresa se compromete a pagar 33% dos valores devidos aos trabalhadores, em seis parcelas, a serem quitadas com seis meses de carência. Ou seja, o trabalhador deve começar a receber os valores em março de 2018. Concluído o pagamento dessas seis parcelas, também devem ser pagos os outros 77% devidos.
Na prática, o cronograma prevê que, no período de um ano, todos os trabalhadores terão sido pagos. São quase 90 funcionários que têm créditos a receber, além de fornecedores de matéria-prima, energia e insumos. Os trabalhadores aceitaram a proposta, acreditando e torcendo para que isso seja suficiente para que a Empresa se recupere, evitando a falência e mantendo ou gerando novas contratações, explica Carvalho.
Para o gerente industrial, João Marra, somando setor trabalhista com os demais credores, as propostas apresentadas pela Empresa tiveram 77% de aprovação, o que demonstra a confiança em relação à seriedade da marca. Tínhamos trabalhadores e fornecedores que, há muito tempo, estavam na empresa. Muitos foram desligados só no último momento, devido à situação financeira. Vários continuaram sendo nossos fornecedores, apostando que passamos por uma dificuldade, e iremos honrar os nossos pagamentos, diz.
Recuperação fiscal
A Metalúrgica Schiffer foi uma das diversas empresas do ramo que tiveram problemas financeiros e realizaram diversas demissões ao longo do ano passado. Em setembro de 2016 chegaram a ser estipulados alguns acordos com funcionários mas, em novembro, a Empresa pediu que fosse decretada a recuperação fiscal, procedimento que antes era conhecido como concordata.
A ação foi acatada pela Justiça e, dentro do processo, os credores (trabalhadores, fornecedores e instituições financeiras) foram convocados para que fosse apresentado o Plano de Recuperação Judicial, com proposta de pagamento e cronograma, cuja aprovação ocorreu nessa terça-feira.