Criado para financiar projetos de investimento tanto no setor público quanto no privado, a Fomento Paraná é uma instituição financeira de desenvolvimento, mas com sistema diferente de um banco comercial e taxas menores. O crédito ofertado pela Fomento é subsidiado pelo Governo do Estado, por meio de programas de incentivo ao empreendedorismo e à capacitação gerencial. O Diário dos Campos traz hoje uma entrevista com o presidente da Fomento, Juraci Barbosa. Ele explica como funciona a instituição que tem como acionista majoritário o Estado do Paraná. Entre os requisitos para o empreendedor solicitar valores, com juros menores que os de mercado, está a necessidade de um projeto, com informações sobre o que se pretende e com o orçamento detalhado do investimento que será feito. Também é fundamental que o empreendedor não tenha restrições de crédito. Os microempreendedores individuais (MEIs) também podem se beneficiar pelas linhas da Fomento Paraná. Confira a entrevista.
DC – O que é a Fomento Paraná?
Juraci – É uma instituição financeira de desenvolvimento, que tem o Estado do Paraná como acionista majoritário. A empresa foi autorizada pelo Banco Central a funcionar em 1999.
DC – O que a instituição faz?
Juraci – Financiamos projetos de investimento, no setor público e no setor privado. No setor público significa financiar obras de infraestrutura e construção de bens públicos pelas prefeituras. São creches, centros de convivência, ginásios esportivos, pavimentação de vias urbanas e projetos de gestão de resíduos e saneamento ambiental. No setor privado, financiamos obras de reforma, ampliação, construção de novas instalações e aquisição de máquinas, equipamentos e software para empreendedores de micro, pequeno e médio porte, da indústria e comércio, de serviços e até da agricultura. A determinação do governador Beto Richa é que a Fomento Paraná seja a grande ferramenta do Estado para apoiar empreendedores. O crédito de baixo custo é a melhor forma para incentivar o empreendedorismo. O recurso só não pode ser usado para pagar dívidas ou para o consumo pessoal, apenas para investimento.
DC – Como é possível ter acesso a esse crédito?
Juraci – No setor público, a porta de entrada dos projetos de financiamento para municípios é por meio dos escritórios regionais do Paranacidade e da Secretaria de Desenvolvimento Urbano. Trabalhamos em parceria. Eles desenvolvem o projeto, nós disponibilizamos o crédito. Temos um capital de R$ 1,1 bilhão destacado junto ao Banco Central para este tipo de investimento e estamos buscando novas fontes, como os recursos do FGTS, linhas de financiamento do BNDES e até de instituições estrangeiras, como a Agência Francesa. No setor privado, o empreendedor tem várias formas de obter esse crédito. Pode começar pela internet, acessando o portal www.fomento.pr.gov.br, onde é possível fazer uma simulação de crédito, fazer um cadastramento e enviar uma proposta. Mas também temos parcerias com as agências do trabalhador, Federação das Associações Comerciais e Industriais (Faciap), entre outras, e vários sindicatos também podem oferecer o crédito da Fomento Paraná como um serviço a mais para seus associados. Da mesma forma as Sociedades de Garantia de Crédito (SGC) GarantiOeste, GarantiSudoeste e GarantiNorte.
DC – Qual é o tamanho do crédito possível na Fomento Paraná?
Juraci – Depende do porte da empresa e de sua capacidade de faturamento ou de pagamento. Temos linhas em que um empreendedor de uma família atendida por um programa social pode pegar de R$ 300 a R$ 4 mil, com possibilidade inclusive de não pagar nada de juros. Temos as linhas normais de microcrédito, até R$ 7.500 para pessoa física, e até R$ 15 mil pra pessoa jurídica (está aumentando para R$ 20 mil); a linha micro e pequena empresa, que comporta projetos de até R$ 300 mil; e a linha Banco do Empreendedor Médias Empresas, para projetos de até R$ 3 milhões. Também somos agentes BNDES e Finep, para projetos de até R$ 10 milhões para linhas como Finep Inovacred, e BNDES-Finame Automático e PSI.
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