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“Fizemos a maior redução de juros da história”

Richard Casas

Hereda: “A Caixa tem como prática oferecer as melhores condições de juros do mercado”

 

 

Com a calma típica de um baiano, o arquiteto Jorge Fontes Hereda, presidente da Caixa Econômica Federal, comemora o que classificou como a maior redução de juros da história. O programa “Caixa Melhor Crédito”, lançado no dia 9 de abril, vai beneficiar de imediato 25 milhões de clientes. Basicamente, o programa reduz juros de empréstimos em até 88% para famílias e empresas de micro e pequeno porte. Com capital próprio da Caixa, serão disponibilizados empréstimos de até R$ 1 milhão.

Uma das novidades é a chamada “portabilidade das dívidas”. No caso, quem tem uma dívida com juros altos em outro banco, a Caixa realiza a quitação, e refinancia para o cliente com juros mais baixos. Confira abaixo os principais trechos da entrevista exclusiva concedida aos jornais da Associação de Diários do Interior (ADI Brasil)/Central de Diários e Associação Paulista de Jornais (APJ).

 

 

Caixa Melhor Crédito

“A Caixa tem como prática oferecer as melhores condições de juros do mercado. Mesmo antes do lançamento do programa “Caixa Melhor Crédito”, é possível verificar que a maioria dos nossos juros eram os menores do mercado. Agora fomos incisivos, radicais. Trabalhamos nesta proposta por uns três meses. Escolhemos os principais produtos para uma cesta de relacionamento com pessoa física e outra para pessoa jurídica. Reprecificamos e reposicionamos também a nossa rede para, ao reduzir parte da margem líquida, trazer clientes a mais para compensar, além de aumentar o relacionamento com estes clientes. A Caixa tem, por exemplo, 3 milhões de famílias no crédito habitacional e 42 milhões de clientes de poupança, e boa parte não tem a Caixa como principal banco. Estamos diante da oportunidade de estreitar o relacionamento com estes clientes, oferecendo as melhores condições do mercado, tanto para Pessoa Física (PF) quanto para Jurídica (PJ). E vamos atrair os outros clientes também, porque o programa tem propostas para  quem tem relacionamento mais estreito e para quem não tem. Você pode ser um cliente com muito relacionamento e obter um cartão de crédito a 1,35% de juros ao mês. Se não tiver tanto relacionamento, vai ter um cartão a pouco mais de 4%. Ainda assim, um corte de mais de 50% sobre a tarifa praticada antes.”

 

Corte de juros da Caixa

influencia outros bancos

“Existe outra oportunidade agora, com este ambiente de juros mais baixos. Quem começar a raciocinar com a cabeça de que tem que ampliar sua base, dando, para isso, melhores condições de acesso ao crédito, vai se posicionar primeiro neste novo mundo, bancarizando mais pessoas. É isso o que temos que fazer e estamos fazendo. Basta lembrar que no meio da década de 1990 teve o Plano Real. Naquela época, o banco ganhava dinheiro que ficava no overnight e dentro do banco, porque a inflação era muito alta, as pessoas não tinham acesso. Os bancos passaram, depois disso, a ter que se adaptar a um ambiente de inflação baixa. Aí começaram a criar várias tarifas, foi necessário outro modelo para se obter retorno dos investimentos. Agora, estamos vivendo em um ambiente de queda de juros, portanto, vamos ter um spread menor. Para se manter o nível de lucratividade, você tem uma disputa maior pelo mercado. A Caixa vai se posicionar, está se posicionando no que ela acredita que é o novo momento do crédito no Brasil”.

 

Portabilidade de dívidas

“A estratégia da Caixa é ganhar a base e ganhar clientes. Os bancos precisam se adaptar a um ambiente de juros baixos, e uma das questões que vem sendo colocada na imprensa é que a população está muito endividada. Então, nós, e às vezes até com opiniões contraditórias, resolvemos, neste reposicionamento, colocar uma assessoria financeira para os nossos clientes. A Caixa está preocupada em dar uma alternativa para você reestruturar suas dívidas e ter uma vida mais tranquila. É importante ter a possibilidade de renegociar, de reestruturar a dívida. O cliente pode procurar uma agência e a Caixa vai oferecer alternativas, verificar as novas taxas e possibilitar o pagamento. E algumas taxas tiveram seu prazo dilatado. Com essa nossa nova cesta de produtos com certeza é possível se achar uma forma  de reestruturar a dívida de um cidadão.”

 

Inadimplência

“Para não correr o risco de ampliar a inadimplência é que estamos querendo crescer de uma maneira sustentável. Como? Se eu tenho condições de oferecer um juro menor para um cidadão, ele vai poder pagar este crédito. Além disso, com a questão da inadimplência, a Caixa tem controle. Tudo bem que temos uma composição de carteira em que crédito imobiliário é uma parcela muito grande, cerca de 60%. Mas você tem um tanto na área do crédito livre, no que chamamos de comercial. O mercado está com 5,6%, 5,8%. A Caixa está com 3,1% de inadimplência. A inadimplência da Caixa era de 2,1% em fevereiro, contando com o imobiliário. O crédito imobiliário, somando material de construção, tem inadimplência de 1,7%. Um bom índice.”

 

Capital de giro

para pequenas empresas

“Na pessoa jurídica, optamos por centrar muito firmemente em capital de giro e no desconto de duplicatas. Colocamos R$ 10 bilhões de recursos novos nisso, o que não quer dizer que este é o limite. Se houver demanda, tanto na PJ (pessoa jurídica) quanto na PF (pessoa física), devemos aplicar R$ 71 bilhões de abril a dezembro.”

 

Microempresários

“A Caixa tem as melhores condições para apoiar tanto um salão de cabelereiros quanto um atelier de costura. O empresário vai encontrar os menores juros da praça, apoio e assessoria financeira para a estruturação do negócio. Vai, portanto, ter condições de acesso a recursos com juros compatíveis à sua necessidade. Pode procurar uma agência da Caixa ou entrar em contato pelo 0800. Se já tem algum tipo de empréstimo e está tendo dificuldade para pagar, o cliente vai poder trocar, quitar este empréstimo em outro banco, e obter um novo empréstimo conosco, muito mais em conta. É uma oportunidade que as pessoas têm de realizar  sonhos e estruturar a vida.”

 

Lições da crise mundial

“Em 2008, nos primeiros sinais de crise, os bancos privados colocaram o pé no freio. Frearam qualquer tipo de acesso ao crédito, e foi uma dificuldade muito grande. Até empresas de grande porte tiveram problemas de capital de giro. E os bancos públicos são instrumentos nesses momentos também, com responsabilidade é claro. Naquela época, nós tomamos a decisão até de acelerar, de pisar no acelerador. O resultado foi que em 2007 nós tínhamos 6% do mercado de crédito bancário no Brasil. Hoje, nós temos 12,6%, o que nos coloca na quarta posição em carteira de crédito. A meta é chegar ao final do ano em terceiro lugar, com uma carteira de R$ 340 bilhões. Hoje a nossa carteira é de R$ 260 bilhões. E isto vai ser alcançado com o esforço que a Caixa está fazendo agora, de aumentar o crédito e reduzir os juros.”

 

 Conta-salário

“Existe uma legislação que começou a valer em janeiro e que trata, principalmente, a questão da portabilidade de conta-salário, que é a possibilidade de o cidadão que recebe o seu salário em algum banco poder transferi-lo a outro banco. Quer dizer, hoje você está vivendo em um ambiente de portabilidade dessas folhas, sejam elas públicas ou privadas.”

Brasil Sem Miséria passa pelos bancos

“Um banco público é um instrumento social do Estado. Está a serviço da população brasileira e tem um papel a cumprir. Tem toda uma governança que precisa ser respeitada. Não pode fazer benesses sem retorno. Tem uma série de compromissos em nível de governança, porque tem que ser sustentável. O retorno de um banco público também se volta para a população, em benefícios.”

 

Relacionamento com o cliente

“A Caixa já está investindo na melhoria do atendimento há algum tempo, por meio de um novo modelo. E vamos abrir mais 500 agências este ano, além de mil novas lotéricas.”

 

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