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Fábricas inteligentes são a aposta para otimizar a indústria brasileira

Em um momento político em que a dependência da mão de obra humana é questionada, a indústria 4.0 chega e vai firmando seus pés no Brasil. Criado na Alemanha em 2011, o conceito traz um sistema de produção mais inteligente, que está totalmente ligado à tecnologia. Quer dizer que, conectando diversas máquinas, a indústria poderá criar redes inteligentes ao longo da cadeia de produção, simulando uma espécie de cópia do mundo físico.

Marcelo Miranda, empresário do setor e especialista em automação industrial, explica que é como se o chão de fábrica tomasse todas as decisões de produção. “É só abastecer o sistema com informações em tempo real e as máquinas avaliarão o quanto e quando produzir. Elas farão a previsão de falhas e manutenções, por exemplo. As próprias máquinas vão se adaptar às mudanças não planejadas na produção”, detalha o especialista com 30 anos de experiência no Setor.

Uma estimativa realizada pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), apontou que a partir da migração da indústria para o conceito 4.0, o Brasil reduziria no mínimo R$ 73 bilhões por ano nos custos industriais. Miranda explica que essa redução está diretamente ligada aos benefícios que a Industria 4.0 oferece. Segundo ele, “há ganhos ligados ao consumo de energia, na eficiência produtiva e ainda na diminuição de impactos ambientais”.

O governo federal já está adotando medidas para estimular o setor. Em março desse ano lançou no Fórum Econômico Mundial um pacote de incentivos à modernização do parque fabril brasileiro. A medida inclui financiamentos, redução na alíquota de importação de robôs e ações para divulgar e sensibilizar os empresários sobre o assunto.

O setor industrial tem apresentado números bastante expressivos desde o início de 2018. Isso é o que demonstra o estudo GS1 Brasil de Atividade Industrial, realizado mensalmente pela Associação Brasileira de Automação, a fim de mensurar a intenção de lançamento de novos produtos no segmento da manufatura. Segundo o índice, no mês de maio houve um crescimento de 15,5% na indústria comparado a abril deste ano – considerando o dado dessazonalizado. O indicador também demonstrou um aumento de 14,7% em relação a maio de 2017. Além disso, o índice original revelou uma progressão de 13,4% no acumulado dos cinco primeiros meses de 2018 – em relação ao mesmo período do ano anterior.

Índice de Automação do Mercado Brasileiro

Além do estudo GS1 Brasil de Atividade Industrial, a associação também realiza, desde junho de 2016, uma análise do nível de automação da indústria e do varejo no Brasil. A pesquisa é mundialmente inédita e tem por objetivo identificar a automatização em vários cenários no país.

O Índice de Automação do Mercado Brasileiro mede o nível de desenvolvimento em duas frentes de apuração: Consumidores e Empresas. A primeira contempla aspectos como o acesso à internet, aplicativos, itens pessoais, eletrodomésticos/eletrônicos, residência e automóveis. Já a segunda considera sistemas, relacionamento com o colaborador, relacionamento com o cliente, atendimento, logística, fábrica e loja.

O nível de automação do mercado brasileiro foi de 0,22 em 2017 (avaliado entre 0 e 1). A indústria se sobressaiu registrando 0,26, enquanto o segmento de comércio e serviços ficou em 0,19.

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