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Evento aborda melhores práticas em gestão, para inspirar MPEs paranaenses

Cerca de 150 empreendedores, acadêmicos e colaboradores de empresas estiveram na sede do Sebrae/PR, em Curitiba, na tarde da quarta-feira (29) para o XIV Fórum do Comitê de Benchmarking para Excelência na Gestão (CBEG). Com o tema “Visão Sistêmica na Gestão de Fornecedores”, o evento debateu as melhores práticas de organizações com relação a seus fornecedores, com o objetivo de inspirar melhorias em negócios paranaenses de todos os portes.
 
Em tempos de escândalos de corrupção, a transparência na relação entre a empresa e seus fornecedores assegura que uma parte dos lucros não vá para o ralo. “De acordo com o Global Fraud Study, de 2018, 5% do faturamento das empresas se perdem em corrupção. Somente no Brasil, segundo o MPF, anualmente a corrupção consome R$ 200 bilhões, o que equivale às rubricas de educação e saúde”, pontua o consultor Marcelo Borowski Gomes, que abriu o fórum com a palestra Compliance e Integridade na Cadeia de Valor.

Segundo Gomes, conhecer os fornecedores um a um, classificá-los por níveis de risco e trabalhá-los de acordo com as especificidades é fundamental para evitar problemas. “Os tipos de contrato e os controles de pagamento devem ser diferenciados, para níveis diferentes de risco. Para aquele fornecedor que tem mais chance de dar problema pode-se estabelecer o pagamento apenas quando o serviço for entregue”, sugere.

O supervisor da Copel, Juliano Cesar Camargo, apresentou as boas práticas da organização, por meio do case Relacionamento com Fornecedores da Copel Distribuição. “A premissa de todo o nosso trabalho é a segurança. Criamos um manual do fornecedor, uma pesquisa de satisfação e expectativas deles, canais de comunicação bidirecional periódicos e o Prêmio Fornecedor Copel DIS, para reconhecer os melhores desempenhos. Como queremos correr mais rápido, para estar à frente, precisamos puxar nosso fornecedor pela mão, para que venha junto”, explica.

Mediador do fórum, o gerente de inovação da Fiep, Filipe Cassapo, destaca que é preciso sair de uma visão mecanicista e partir para uma mais sistêmica, em que a excelência só é atingida quando todo o ecossistema a atinge. “O fornecedor é integrante do meu ecossistema de inovação, então, eu também faço parte desse todo. Outro ponto a se observar é a transformação digital, uma imensa oportunidade para gerar integridade. É preciso focar a inovação para se desenvolver”, defende.

O diretor de Administração e Finanças do Sebrae/PR, José Gava Neto, cita a metodologia de encadeamento produtivo do Sebrae, que objetiva o aumento da competitividade, além da sustentabilidade, inovação e produtividade na relação entre empresa e fornecedor. “Construímos uma agenda comum entre os fornecedores e a grande empresa, pactuando indicadores de desempenho. O resultado é o melhor desempenho da cadeia de fornecimento por meio de soluções conjuntas que geram valor compartilhado. Por exemplo, já realizamos esse movimento com grandes empresas como a Gerdau, Cocamar e Liquigás, e estamos prontos para novas parcerias”, detalha.

Proprietária de uma pequena empresa na área da construção civil, Mara Lúcia Castanho esteve no evento e diz que conseguiu captar boas ideias que podem ser implantadas no seu dia a dia. Ela conta que, muitas vezes, os micro e pequenos negócios têm dificuldade em atingir níveis mais elevados de sistemas de integridade. “As exigências estão cada vez maiores. E as palestras falaram sobre essa capacidade de a rede ser a fiscalizadora do comportamento das empresas e dos sócios. Cada componente do ecossistema pode ser fiscalizador”, afirma.
 
Criado em 2005, por iniciativa dos Correios, o CBEG tem a finalidade de ser uma rede de relacionamento e compartilhamento entre organizações que aplicam práticas bem-sucedidas de gestão, tendo como base os Fundamentos de Excelência da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). “O benchmarking é um caminho para que a excelência seja alcançada com mais facilidade, já que compartilhar experiências acelera os processos internos de implementação de boas práticas”, explica o gerente da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae/PR, Agnaldo Castanharo.

Analista em gestão da Copel e representante da Companhia na atual coordenação do CBEG, Jaqueline Manosso Gomes avalia que o fórum atendeu o objetivo, que é dar um retorno para a sociedade dos aprendizados obtidos pelas 13 empresas que formam o Comitê. “O público se envolveu, com várias perguntas, houve uma participação muito boa, e as palestras abordaram justamente pontos importantes para as empresas de todos os portes”, acrescenta.

O CBEG é formado por: Cooperativa Agrária, Bosch, Caixa Econômica Federal, Copel (Companhia Paranaense de Energia), Correios, IBQP – Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade, ISAE/ FGV – Instituto Superior de Administração e Economia, Petrobras, Risotolândia, Sanepar, Sebrae, Tecpar – Instituto de Tecnologia do Paraná e UFPR (Universidade Federal do Paraná).

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