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“Estamos protegendo os nossos empregos”, diz Gleisi Hoffmann

 

  Franscisco D’Carvalho
“A presidenta Dilma tem conseguido dar continuidade ao seu plano de governo, com êxito”

 

 

Formada em Direito e com especialização em Gestão de Organizações Públicas e Administração Financeira, ela é braço direito da presidenta Dilma Rousseff e tida como “mulher forte” no governo. Apesar do peso da função que exerce, a Casa Civil da Presidência da República, a ministra Gleisi Hoffmann mantém como marca o sorriso pronto e a cordialidade, sem deixar para trás o vigor e a determinação típicos dos grêmios estudantis de Curitiba (PR), onde começou sua caminhada política. Nessa entrevista exclusiva, faz uma avaliação do país, da crise econômica mundial e revela um pouco sobre seu trabalho: “Não é nada fácil”.

 

  Franscisco D’Carvalho – Jornalista ADI-Brasil/CDI  

 

A avaliação do governo federal vai muito bem e o olhar do mundo em re­lação ao Brasil teve uma mudança positiva. Que fatores contribuíram para isso?

Gleisi Hoffmann – Atribuo à forma como a presidenta Dilma (Rousseff) vem con­duzindo as ações de governo, com a preocupação de manter o país na rota do crescimento, formar mão de obra especiali­zada, melhorar a infraestrutu­ra, crescer de forma sustentá­vel. As políticas adotadas pelo governo federal estão propor­cionando ganhos econômicos e sociais, que renovaram a confiança do povo brasileiro. Temos emprego, inflação bai­xa, crescimento econômico, tiramos milhões de pessoas da miséria e cuidamos do nosso meio ambiente. A maioria dos países não tem essa situação. Muitos, os europeus princi­palmente, estão em crise eco­nômica profunda.

 

Os escândalos recentes envolvendo ministros não prejudicam as mudanças pretendidas pela presi­denta Dilma Rousseff?

GH – A presidenta Dilma tem conseguido dar continuidade ao seu plano de governo, com êxito, como as várias ações já implantadas a exemplo do Plano Brasil Sem Miséria, o Plano Brasil Maior, de incen­tivo à indústria, o Minha Casa Minha Vida, o Programa Ci­ência Sem Fronteiras, o PAC, o Viver sem Limite – Plano Nacional dos Direitos da Pes­soa com Deficiência.  As pes­soas estão sentindo, na vida diária, a ação do governo.

 

No momento, quais são as principais preocupações da Casa Civil? Garantir que as obras da Copa do Mundo fiquem prontas? A realização da Rio+20? Ou ainda fiscalizar ações e obras contínuas?

GH – Todos estes temas têm importância e estão na pauta das ações conduzidas pela Casa Civil que, juntamente com ou­tros órgãos e ministérios, atua para fortalecer as ações de go­verno. Em termos de calen­dário, a Rio +20 está sendo a grande prioridade, mas não nos descuidamos dos outros pro­gramas e responsabilidades.

 

 

A senhora foi a senadora mais votada no Paraná. Como conciliar o trabalho na pasta, cuja missão é pensar no Brasil como um todo, sem abandonar a região que a colocou em destaque na vida pública?

GH -Assim como no Senado, no governo continuo sendo uma interlocutora do povo paranaense. Procuro sempre apoiar projetos que garantam melhorias e estimulem o desenvolvimento do Estado em acordo com as políticas federais. Aliás, as políticas do governo federal, as ações que a presidenta Dilma vem realizando, também contribuem no sentido de manter o Paraná na rota do crescimento.

 

 

A senhora pretende ser candidata ao governo do Paraná em 2014?

GH – Meu compromisso é com a missão que a presiden­ta Dilma me confiou: geren­ciar e auxiliar na coordenação e condução do governo. Elei­ções não fazem parte da mi­nha agenda.

 

 

 

E considera trilhar o mes­mo caminho que a presi­denta Dilma – da Casa Ci­vil à Presidência?

GH – É uma situação que não cogito.

 

Aliás, quais lições apren­didas com a presidenta?

GH – Estar ao lado dela me impõe um desafio diário de trabalhar na busca das me­lhores práticas para as políti­cas públicas e ações do nosso país. A referência da presi­denta é de grande excelência na gestão. A dedicação aqui é muito grande, para podermos dar conta de todas as coisas que a Casa Civil fazia na época em que a presidenta Dilma era ministra. Não é nada fácil.

 

Os deputados federais di­zem que 2011 foi o pior ano para obter liberação de recursos para os muni­cípios, sejam de emendas individuais ou de banca­da. O que mudou, nesse sentido, do governo Lula para o governo Dilma?

GH – O ano de 2011 foi difí­cil, com forte crise econômica mundial que também afetou o Brasil. Precisamos tomar me­didas duras, entre elas cortes no orçamento, que afetaram

várias programações, inclusi­ve as emendas parlamentares.

 

Na sua posse, a presidenta Dilma avisou: “Oposição não irá inibir o governo”. Se não inibe, cria dificul­dades. Exemplo é a vota­ção da Lei Geral da Copa, que não sai. Como tem sido a atuação do governo nesta “costura política”?

GH – Acredito que, para o desenvolvimento do Brasil, governistas e oposição sem­pre devem se pautar pelo que é melhor para o crescimento da nossa economia e a conse­quente geração de emprego e distribuição de renda. O pa­pel da oposição é questionar, fiscalizar, discordar, mas nunca parar o país por questões políticas. Vivemos uma relação de normalidade en­tre governo e oposição. Cada um no seu papel. A Lei Geral da Copa já tem data para ser votada pelo Senado – dia 10 de maio.

 

 A Casa Civil tem um cro­nograma de liberação, por parte do governo, dos recursos previstos em emendas parlamentares ao orçamento da União?

GH – Primeiro é preciso es­clarecer que a Casa Civil não é responsável por autorizar ou vetar pedidos de emendas de parlamentares. Isso cabe às pastas responsáveis pelos recursos, dentro dos limites orçamentários disponíveis. As emendas fazem parte do direito legítimo dos parla­mentares de deliberar sobre o orçamento da União. A li­beração depende de recursos disponíveis.

 

O fim da chamada “Guer­ra dos Portos” é mesmo a solução para a desindus­trialização do país?

GH – Só estamos enfrentando a crise, que hoje abala a Eu­ropa, porque estamos prote­gendo a nossa indústria e os nossos empregos. O estímulo à importação que alguns es­tados fazem compromete o nosso desenvolvimento e a nossa indústria. A aprovação da Resolução (PRS 72) foi im­portante neste sentido.

 

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