SEM ACERTO Protesto tinha por objetivo sensibilizar a metalúrgica para situação dos demitidos
O Sindicato dos Metalúrgicos de Ponta Grossa pretende finalizar, nesta tarde, dois processos contra a Metalúrgica Santa Cecília. As ações serão protocoladas na Justiça do Trabalho. A medida é em resposta ao não pagamento do salário e da verba rescisória de 36 trabalhadores. Eles foram demitidos no começo de fevereiro.
De acordo com Mauro Cesar Carvalho Pereira, presidente do Sindicato, a Justiça será acionada porque a empresa continua se recusando a pagar os ex-funcionários. Uma ação é dos trabalhadores e outra é coletiva do Sindicato. Se concluirmos os processos nesta quinta-feira, então protocolaremos amanhã. Se não der tempo vamos protocolar na próxima quarta-feira, após o Carnaval, diz.
Segundo Mauro, a última tentativa de acordo entre o Sindicato e a empresa aconteceu na quinta-feira da semana passada. A metalúrgica solicitou ao órgão a indicação de nomes dos demitidos que passavam por dificuldade financeira, justamente por alegar não ter caixa para pagar o salário atrasado e as verbas. Fizemos uma reunião com os trabalhadores e eles não aceitaram fazer esta indicação. Todos estão precisando do dinheiro e têm direito a receber, fala. A metalúrgica, conforme o Sindicato, estaria devendo 15 dias de salário para os demitidos, além da verba rescisória. Ao todo, a dívida com os trabalhadores gira em torno de R$ 400 mil.
Protesto
Mauro explica que o Sindicato e os ex-funcionários não irão realizar novos protestos em frente à fábrica, em Oficinas. O objetivo das mobilizações era sensibilizar a empresa para o que estes 36 trabalhadores estão passando. O outro (objetivo) era mobilizar os 77 que continuam trabalhando, esclarece. Com as ações se perdem os objetivos das paralisações, completa.
Crise
Atuando no ramo metalúrgico automotivo a mais de 50 anos, a metalúrgica enfrenta crise financeira. A proposta da empresa é efetuar o pagamento de forma individual e até o final deste ano.
A Santa Cecília está tentando fazer caixa para proceder com os acertos. Para tanto, pretende colocar um novo produto no mercado brasileiro, o mancal din. Parceria com uma empresa indiana precisou ser firmada.
Também está nos planos da metalúrgica a construção de uma nova planta fabril, desta vez, no distrito industrial. O terreno foi doado pela prefeitura no final do ano passado, mas as obras só devem se iniciar nos próximos 2 ou 3 anos.