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Dicas práticas para conseguir o melhor valor no seu carro usado

Por Luca Cafici**

Adquirir um carro é um sonho para a maioria das pessoas, mas a alegria de quem compra normalmente acompanha a dificuldade de quem vende. O preço desejado pelo veículo frequentemente está muito longe daquele que é oferecido pelos compradores – e haja negociação para tentar diminuir essa distância. A questão é que, se você estiver com pressa ou com dificuldades financeiras, seu poder de barganha fica reduzido e a opção mais comum envolve a participação em feirões e lojas de revenda.

Essas duas modalidades são as mais populares pela possibilidade de fazer um negócio rápido e simples: os carros e os interessados estarão no mesmo local, o que facilita qualquer negociação. A questão é que, no fim das contas, dificilmente o preço será aquele que você quer pelo seu veículo. Mas com o avanço da tecnologia e da Internet, esse problema já consegue ser contornado, garantindo um valor justo para ambas as partes.

Diante das inúmeras possibilidades e recursos digitais, os feirões de rua podem ser considerados coisas do século passado. Como a negociação pode ser imediata, há desvantagens para os dois lados. O comprador nem sempre terá uma segurança jurídica caso dê algum problema posterior, terá poucas informações disponíveis e sequer consegue testar de forma completa o veículo. Para quem vende, a questão é não conseguir ter tempo suficiente para tentar encontrar uma boa oferta pelo seu bem.

Esse problema passa pela assimetria de informação no mercado, principalmente com a tabela FIPE. Compradores e vendedores não falam a mesma língua – e sempre alguém vai sair perdendo. A formulação desse método tem diversos erros: não considera informações essenciais para precificar um carro, como a quilometragem e o estado de conservação, não leva em conta informações do mercado e sequer considera versões diferentes para um mesmo modelo. A tabela FIPE só é utilizada para calcular o IPVA – portanto, quanto mais alto o valor, maior o imposto a ser pago.

Saber qual é o valor do seu carro nos portais de classificados sempre é uma boa estratégia para estar bem preparado na hora de argumentar de forma mais assertiva com o seu comprador. Uma loja, em geral, pagará pelo seu carro 20 a 30% menos do valor mínimo da web por um carro semelhante (considerando km, versão, ano, opcionais, etc). Essa percentagem poderá ser maior ou menor dependendo da condição e ano do carro. Carros mais antigos geralmente sofrem as maiores desvalorizações, pois, como o custo dos reparos não muda com o ano faz que o desconto em relação ao valor do carro seja maior.

Um dos itens que mais afetam a valorização do seu carro é a condição estrutural dele. Isso é, se ele não foi batido no passado e sua estrutura se encontra em boas condições. Para evitar cair numa fraude, sempre é bom realizar uma Perícia Cautelar e já ir à loja com esse documento. Isso será uma prova das condições que o seu carro se encontra, pois, lojas costumam mudar o valor que pagam no seu carro após ter essa vistoria.

A tecnologia pode rapidamente avaliar de forma precisa a condição de um carro usado e auxiliar na precificação adequada. Também há plataformas que "leiloam" o carro e ajudam a pessoa a encontrar um lojista que realmente esteja buscando esse modelo para vender. É melhor do que ir pessoalmente procurar um revendedor. Afinal, quem garante que ele possui o perfil adequado para seu negócio? Essa pessoa pode estar com estoque cheio, não ter histórico bom com aquela marca e nem querer comprar – derrubando o preço novamente.

Atualmente utilizamos a internet para quase tudo em nossa vida: compras, diversão, informação e até para se socializar. Por que não incluir essa ferramenta na hora de comprar ou vender um automóvel? Os benefícios são inúmeros, incluindo a maior quantidade de informações e a velocidade e assertividade na hora de encontrar interessados. Além, é claro, de que você estará, de fato, fazendo um negócio bom e justo para todas as partes envolvidas.

 

Dicas práticas para conseguir o melhor valor no seu usado

1.         Faça uma perícia cautelar e a apresente a seu vendedor como prova da condição do seu carro. Lojas de automóveis costumam mudar o valor após ver essa perícia.

2.         Não utilize a tabela FIPE como referência, mas sim o valor mínimo de um carro semelhante na web.

3.         Visite o máximo possível de lojas possíveis, caso opte por esse canal de vendas. Cada dono de loja tem seu próprio contexto.

4.         Tenha o carro limpo e lavado. É difícil avaliar a condição estética de um carro sujo ou com poeira e, portanto, é possível que um lojista aplique um desconto maior caso não consiga avaliar corretamente. Donos de lojas de carros costumam ser pessoas avessas ao risco.

 

* *Luca Cafici é CEO e co-fundador da InstaCarro, startup de compra e vendas de carros [email protected]

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