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Deputados vivem ‘no olho do furacão’ da política nacional

Fernando Francischini (Solidariedade) e o ponta-grossense Aliel Machado (Rede) são os únicos paranaenses integrantes da comissão do impeachment e participam de um dos momentos mais tensos da história recente do País

 

Divulgação
Aliel Machado é um dos representantes paranaenses na comissão do impeachment

 

 

 

Aliel Machado (Rede) teve seu celular inundado de mensagens pressionando para que ele se posicionasse contra a presidente Dilma Rousseff (PT). Fernando Francischini foi protestar à noite contra um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Os dois paranaenses integrantes da comissão que analisa o pedido de impeachment da presidente tiveram uma semana agitada, desde que passaram a integrar o cenário mais atribulado da política brasileira.

Na quinta-feira (uma semana após a comissão ser instaurada), Aliel não escondia o cansaço. Admitira que seu celular constantemente recebe mensagens – algumas, inclusive, em tom de ameaça – de cobrança sobre seu posicionamento no processo de impeachment. O parlamentar ponta-grossense confessa que ao assumir uma cadeira no Congresso não imaginava que em pouco mais de um ano ele estaria vivenciando tal situação. Relata que familiares seus também já sentiram o reflexo e cobranças. “Faz parte do nosso trabalho essa cobrança toda, mas quem sofre é a família. Minha esposa, minha mãe, meu pai, são questionados diariamente. Mas também é uma avalanche do momento. O mais importante é ter isonomia, não ser atropelado, não ser irresponsável. Não bancar o oportunista, votar a favor ou contra por pressão”, resume o deputado.

Algumas horas antes, na noite da quarta-feira Francischini, foi em frente à sede do STF, em Brasília, protestar contra o ministro Teori Zavascki, que um dia antes determinou ao juiz Sérgio Moro o envio imediato ao STF de todas as investigações que envolvam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O deputado do Solidariedade se juntou ao grupo de manifestante anti-petistas, onde costuma ter boa circulação. “Dilma desrespeita a democracia e isso não vamos permitir. É a hora da verdade”, alega. Pesa contra o deputado – e ex-secretário de Segurança do Estado – o fato dele ter sido mencionado na delação do senador Delcídio Amaral, como integrante de um grupo de parlamentares que pedia dinheiro para barrar requerimentos de convocação de empresários na CPI da Petrobras.

Curiosamente, nenhum dos paranaenses tomou a palavra durante as primeiras reuniões da comissão. Os encontros, aliás, foram marcados por uma avalanche de interpelações de governistas e oposicionistas, que em determinados momentos se transformaram em um bate-boca generalizado. “Não chegaram documentos, ninguém foi ouvido. O que se teve no primeiro dia foi o reflexo dessa polarização, com deputados se digladiando. Uma patifaria, dois lados (governo e oposição), uma disputa política. Nesse momento o mais importante é ter coerência, serenidade, não podemos cair na onda ódio e rancor”, argumenta Aliel, que na segunda-feira retorna à Brasília, onde terá mais uma rodada da comissão mais importante do país.

Suplentes

Além de Aliel e Francischini, o Paraná ainda tem mais três parlamentares que atuam como suplentes na comissão do impeachment, incluindo o ponta-grossense Sandro Alex. Toninho Wandcsheer (Pros) e Evandro Roman (PSD) completam o grupo.

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