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Depósitos de programas não têm licença sanitária

Vereadores constataram ontem que os depósitos dos programas municipais Feira Verde e Mercado da Família funcionam sem licença sanitária e com estrutura precária. Ainda pela manhã, os parlamentares Valter de Souza, o ‘Valtão’ (DEM), Leovanir Martins (PPS), Sebastião Mainardes Junior (DEM) e Márcio Schirlo (PSB) percorreram as unidades de armazenamento na Colônia Dona Luiza e Rua Balduíno Taques, além da loja do Mercado da Família que fica no bairro Nossa Senhora das Graças. A situação mais grave foi a encontrada no depósito do Feira Verde, que não conta com separação física entre frutas, legumes e verduras e equipamentos de higiene e limpeza, além de dividir terreno com um galpão para separação de material reciclável. Os programas gerenciados pela Secretaria de Abastecimento existem desde 2008.

“Definitivamente, é impossível que estas instalações do depósito do programa Feira Verde permaneçam onde e como estão”, avalia Leovanir, que também é presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ponta Grossa e busca intervir nesta questão desde 2007. “Não há condições de trabalho, nem mesmo adequadas para o depósito de hortifrutigranjeiros”, acrescenta, observando que os trabalhadores dividem um único banheiro com os funcionários que classificam os recicláveis.

A menos de 50 metros do depósito do Feira Verde, com piso bruto, divisória de madeira em meia parede, em que existem legumes, verduras e frutas a granel, separados em engradados empilhados, fica o barracão usado por uma associação de catadores para separar recicláveis. Dentro do depósito é possível encontrar, por exemplo, pilhas de caixas com cenouras ao lado de caixas com água sanitária, sabão em pó e amaciante. Enquanto os parlamentares estiveram lá, também havia pessoas empacotando grãos de feijão a granel no mesmo espaço.

O gerente do depósito, identificado como Daniel, disse aos vereadores que a situação (mistura de material de limpeza com alimentos) persiste há cerca de um mês, porque houve uma ampliação de equipes. “Não cabem todos os três caminhões aqui e nós tivemos que acomodar tudo como deu. Mas, é provisório”, garantiu.

À frente da Secretaria de Abastecimento desde janeiro, Odivaldo Alves também argumenta que a instalação do depósito do Feira Verde é “provisória”. “Nós vamos mudar, no máximo, até janeiro para o barracão do IBC, que nós cedemos para a Saúde. Lá, toda a documentação [licença] estará em ordem. Mas, nos próximos dias nós vamos providenciar para retirar todo o material de limpeza de lá”, relata.

O vereador Valtão explica que até segunda-feira deve receber as respostas e documentos requisitados à Secretaria de Abastecimento. “Então, iremos realizar uma reunião na próxima semana para discutir estas questões e finalizar o relatório que iremos apresentar aos demais vereadores”, observa.

 

Investigação

A investigação dos parlamentares em relação aos programas Feira Verde e Mercado da Família foi desencadeada, inicialmente, para avaliar as condições de segurança nestas unidades, visto que houve subtração de mais de R$ 36 mil do cofre de uma das lojas.

 

Vigilância Sanitária confirma irregularidade

O gerente da Vigilância Sanitária Municipal, Joselito Pinheiro da Costa Junior confirma que os depósitos do Feira Verde e do Mercado da Família, bem como as lojas, deveriam ter sim, a licença sanitária. “Do Mercado da Família, foi dado início ao processo que acabou não sendo regularizado depois. Mas, todas estas unidades precisam passar por uma inspeção minuciosa da Vigilância Sanitária, até mesmo para a correção dos fluxos, como controle de vetores e destinação de resíduos”, explica. “Nós realizamos em média 80 vistorias por dia e acabamos não tendo tempo para cuidar de tudo. Mas, em breve, vamos dar início a um trabalho para vistoriar todas as unidades do poder público municipal”, assegura. Isso é importante, por exemplo, para prevenir casos de intoxicação alimentar.

 

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