O programa de gestão Fazenda Frísia-MDA forma mais duas turmas e muda a maneira do produtor administrar os processos, reduzir custos, padronizar atividades e aumentar a produção
Mais duas turmas de produtores de leite da Frísia Cooperativa Agroindustrial de Carambeí e Imbituva foram certificadas no Master Dairy Administration (MDA), capacitação gerencial das propriedades que visa aumentar o desempenho dos animais, com qualidade e elevação da produção. Ao todo já são três grupos formados, com 103 produtores e 14 técnicos, em apenas dois anos de implementação do curso.
Segundo Jefferson Tramontini Pagno, coordenador de Pecuária Leiteira da Frísia, é nítido o resultado nas 38 propriedades onde o curso foi aplicado. Melhoraram os resultados na qualidade, na eficiência dos processos e no preço do leite que é vendido. Quanto maior a qualidade do produto, melhor é o valor da venda.
O curso tem um ano de duração, dos quais cinco meses de teoria. Os demais meses são para a aplicação da prática ensinada em campo, quando há auxílio dos técnicos na implementação das ferramentas, e com os encontros (workshops) para discussões. Entre três e quatro meses já é possível ver o resultado do curso, com ações como melhoria das condutas internas na propriedade, padronização das atividades, identificação dos problemas e redução do desperdício, entre outras, destaca Pagno.
A médica veterinária da cooperativa, Tanaane Ienk, afirma que a principal mudança vista acontece com o produtor que realiza o curso. A transformação está na pessoa que começa a acreditar em seu potencial. E não importa como é a propriedade, seja uma área familiar com pais e filhos trabalhando ou uma fazenda com funcionários.
Meta
Simone Sluzala Rossa tem uma propriedade de cerca de 100 hectares no município de Irati e afirma que, com o curso, pôde identificar como cada setor deve ser trabalhado. Já deu para perceber mudanças no volume do leite ordenhado, melhoria na sanidade, com a criação de um calendário sanitário, conta a produtora, e também no acesso às vacas para a ordenha, o que promoveu mais conforto aos animais e menos estresse.
Rossa lembra que, devido ao desempenho obtido no curso, recalculou a meta estipulada para 2017. Eu tinha uma meta de produção para o fim deste ano, mas, por causa da evolução, tive que criar uma segunda versão dessa meta, mais avançada.
Já a produtora Karina Andreatto, que possui 400 hectares em Prudentópolis, afirma que o curso mudou o seu jeito de pensar, adquirindo a revisão dos hábitos. Melhorou até a forma que conversamos com os funcionários, afirma. Ela está em um processo de sucessão da propriedade, até então administrada pelos pais, que começou há cerca de um ano. A organização foi a primeira coisa que notei, com as funções sendo separadas, o que facilita na tomada de atitudes.
O atual resultado se deve ao empenho e trabalho da primeira turma, que acreditou e deu energia para o MDA, destaca Pagno. Para a quarta turma já temos 17 produtores na lista pré-inscrição, mesmo sem termos aberto ainda a inscrição, conclui.
O primeiro MDA começou em 2016, após iniciativa do Comitê Pecuário de Leite da cooperativa. A ideia é aumentar ainda mais a produção leiteira com o aprimoramento da gestão da propriedade, no qual se tem total controle dos processos, análise contínua do desempenho, melhora na comunicação entre gestores e funcionários, entre outros conceitos. Os cursos são ministrados pela Clínica do Leite, instituição referência em pesquisa no setor e vinculada ao Departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).
Sobre a Frísia Cooperativa Agroindustrial
Fundada em 1925, a Frísia é a cooperativa mais antiga do Paraná e segunda do Brasil. Localizada na região dos Campos Gerais, tem sua produção voltada ao leite, carne e grãos, principalmente, trigo, soja e milho. A cooperativa tem como principais bandeiras: cooperativismo, em que o resultado alcançado se deve a união do trabalho de todos os cooperados e os colaboradores; a diversificação da produção, englobando a produção leiteira, de grãos e de proteína animal; e a alta qualidade do que é feito e comercializado, com animais de excelente genética, rastreamento e investimento em tecnologia, infraestrutura e mão de obra.