Uma criança pode ser a primeira vítima da poliomielite no Brasil em mais de 30 anos. A Secretária de Estado da Saúde do Pará (Sespa) investiga o caso suspeito no município de Santo Antônio do Tauá, no nordeste do estado.
De acordo com as informações que constam no documento de Comunicação de Risco emitido pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde, a criança, de 3 anos de idade, com paralisia, testou positivo para o poliovírus (SABIN LIKE 3), por meio do teste de fezes.
Apesar do resultado positivo, o documento oficial afirma que “outras hipóteses diagnósticas não foram descartadas, como Síndrome de Guillain Barré”.
Assim, o caso no Pará segue em investigação, conforme o que é preconizado no Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde.
Sintomas do paciente
O documento acrescenta que a criança tinha histórico vacinal incompleto contra a polio. O paciente começou a apresentar os sintomas em 21 de agosto, com febre, dores musculares, mialgia e um quadro de paralisia flácida aguda, um dos sintomas mais característicos da poliomielite. Dias depois, perdeu a força nos membros inferiores e foi levada por sua responsável a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no dia 12 de setembro.
A poliomielite não tem tratamento, mas o Programa Nacional de Imunizações (PNI) dispõe de vacinas seguras e eficazes que devem ser utilizadas para proteger crianças desde o primeiro ano de vida.
Histórico
A última vez que o Brasil registrou caso de poliomielite foi em 1989. Cinco anos depois, o país recebeu certificado de área livre de circulação do poliovírus selvagem.
No entanto, a queda das coberturas vacinais contra a doença que se repete desde 2016 tem gerado alertas de especialistas de que o país poderia voltar a registrar casos de pólio, que pode causar morte e sequelas motoras irreversíveis.