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Controle do ebola requer ações diferentes em cada país, diz especialista

Neutralizar o atual surto de ebola no Oeste da África requer ações diferentes que dependem da intensidade de contaminação e da infraestrutura de cada um dos países atingidos. Essa é a visão da médica brasileira Denise Cardo, diretora da Divisão de Controle de Infecção Hospitalar do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

“A informação é crucial para evitar o contágio de ebola, porque sabemos que o vírus só é transmitido quando há sintomas, principalmente febre, diarreia e vômitos”, explicou. Denise conta que nos Estados Unidos, por exemplo, os profissionais de saúde estão orientados a investigar se um paciente viajou para a África, em caso de atenção por febre ou outros sintomas.

Denise Cardo explica que o surto atual – considerado o maior desde a descoberta do vírus em 1976 – atingiu nível de descontrole em alguns países, especialmente em Serra Leoa e na Líberia, por causa da má condição de infraestrutura.

“Se nesse surto o primeiro caso de contaminação em humanos tivesse sido corretamente isolado, não estaríamos vendo o quadro atual. Mas as condições de saúde pública na região são precárias, algumas com estrutura hospitalar comprometida devido a guerras civis”, detalha.

Com relação ao ebola, o CDC tem trabalhado no controle, laboratório e epidemiologia na África nos últimos 30 anos. O trabalho na região afetada começou assim que o surto foi identificado. “Nossa principal preocupação é tentar elevar a capacidade de resposta e de identificação do problema local e enviar pessoas para ajudar no que for necessário”, comenta.

Para ela, é difícil controlar o surgimento de um surto porque o vírus existe entre animais, ainda que não esteja ativo entre humanos. “A melhor maneira de evitar o surto é isolar o primeiro caso. Em vários surtos anteriores, isso aconteceu”, lembrou.

Cautelosa, Denise evita arriscar uma estimativa de tempo para que esse surto seja controlado. “Há vários grupos que trabalham modelos matemáticos para saber quanto demora para conter o avanço da doença. Mas cada país é diferente e tem estrutura mais apropriada para frear o avanço da doença”, diz.

A Libéria e Serra Leoa são as regiões com mais dificuldades atualmente. A Nigéria e a Guiné têm um panorama “menos difícil”.

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