Quase metade dos bares e restaurantes consultados no último levantamento nacional da Abrasel (45%) dizem que devem fazer contratações até o fim do ano. O número, por si só positivo, já indica uma retomada vigorosa do setor, ainda mais quando se leva em conta que outros 25% afirmaram já ter contratado pessoal em setembro.
No entanto, outros números trazidos pela pesquisa indicam que esta retomada também vem acompanhada por novo fôlego para investimento, com planos de expansão dos negócios saindo da gaveta após dois anos de incertezas para muitos empresários do setor.
Quando perguntados sobre os motivos para contratar, 9% dizem que o recrutamento se dá para abrir uma filial. Outros 11% dos respondentes afirmam que o recrutamento se dá para lançar novos produtos ou serviços na loja física (como um novo bufê de comida japonesa ou um serviço de manobristas, por exemplo) e 5% para lançar um novo produto/serviço digital (como um site novo ou um app de pedidos).
“A maioria, mais de 60%, está contratando para recompor a equipe e preparar-se para um aumento de demanda no fim do ano. Mas chama muito a atenção este número de empresas já investindo em filiais ou na expansão dos serviços. Mostra que a confiança voltou, tanto para os empresários como para os nossos consumidores. O IBGE acaba de divulgar novo crescimento no setor de serviços, desta vez de 0,7%, o quarto mês consecutivo de alta”, afirma o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci.
Na hora de contratar, a maior dificuldade dos estabelecimentos é encontrar profissionais qualificados e treinados, segundo a pesquisa – quase três em cada quatro (73%) apontaram o problema.
Outros 25% enxergam grande a demanda do mercado como dificultador, 25% dizem que os horários de trabalho são impeditivos e 17% afirmam que o problema é a migração dos trabalhadores no setor para outras profissões (eram permitidas respostas múltiplas à questão). Mas um outro índice chama ainda mais a atenção: mais de um terço (37%) disseram que há falta de interessados para as vagas oferecidas. Para contornar isso, os bares e restaurantes já oferecem ou pretendem oferecer benefícios, como algum tipo de seguro pessoal (45%), plano de saúde (40%), transporte especial noturno (39%) e convênios, por exemplo com academias de ginástica ou farmácias (30%).
“O nosso setor é um dos que mais emprega no país. Mas muitos se esquecem de como isso ajuda a movimentar a economia. Além de dar o primeiro emprego, qualificar profissionais e ser um celeiro de empreendedorismo, os bares e restaurantes também contratam inúmeros serviços para os funcionários, como mostra a pesquisa. Isso amplifica ainda mais o impacto positivo que temos na economia do país”, completa Solmucci.