Que o Brasil é um país com sérios problemas envolvendo a corrupção ninguém contesta. E a pergunta que fica sempre é: o que fazer? Enquanto a Polícia Federal e o Judiciário miram nos corruptos, outros grupos dirigem o foco para quem ainda está fora dos esquemas e maracutaias, mas representa um público chave no combate à corrupção no futuro do país: as crianças e adolescentes.
Um exemplo dessa postura diz respeito ao Conselho do Jovem Empresário de Ponta Grossa (Conjove), que vem realizando palestras em escolas com intuito de chamar a atenção de crianças e adolescentes sobre temas como corrupção. A ação faz parte de um evento nacional chamado Feirão do Imposto, mas que em Ponta Grossa tem um perfil diferenciado por conta dessa iniciativa entre os estudantes.
Neste ano o tema do Feirão é Chega de Mão Grande, numa alusão direta ao desvio de dinheiro, marca registrada da corrupção. Para o diretor de eventos do Conjove, Tiago Minasi, direcionar esforços na conscientização de crianças e adolescentes é pensar na formação de uma nova sociedade, com pessoas mais ativas e responsáveis pelo seu papel de cidadãos. A criança está formando seus valores, seu processo de decisão. Se queremos uma sociedade nova, precisamos trabalhar essas gerações. Não que a ação não atinja adultos, mas com os pequenos temos a chance de não precisar corrigir atitudes erradas no futuro, explicou.
Já o presidente do Conjove, André Severich, lembra que as crianças são agentes de mudança em suas casas, levando as cobranças de posturas para os pais e parentes próximos. Quem tem criança em casa sabe que eles cobram mesmo, e são incisivos para que os pais ajam da forma correta. Mostrando para eles o que é a corrupção e como combater conseguimos atingir a família como um todo.