Dos doze feriados nacionais programados para este ano, onze caem em dias de semana e dez podem ser emendados com sábados e domingos. Sinônimos de descanso para muitas pessoas, as folgas impactam diretamente a economia do país, favorecendo atividades específicas, como aquelas típicas do turismo, mas também gerando prejuízos por conta da queda no nível de atividade ou pela elevação dos custos de operação – e um dos setores mais afetados é o comércio, em geral.
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o prejuízo do comércio em 2020 por conta de feriados nacionais deverá chegar a R$ 19,6 bilhões. O valor é R$ 2,2 bilhões (12%) superior ao registrado em 2019 (R$ 17,4 bilhões) – variação explicada pela maior quantidade de feriados que caem em dias úteis neste ano, em comparação com o ano passado.
No Paraná o montante pode chegar a R$ 1,42 bilhão. A soma deste valor com os projetados para São Paulo (R$ 5,62 bilhões), Minas Gerais (R$ 2,09 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 2,06 bilhões) responde por mais da metade (56%) do emprego no varejo brasileiro.
Em entrevista ao Diário dos Campos, o diretor de Planejamento e Gestão da Fecomércio/PR, Rodrigo Rosalem, estimou que na região de Ponta Grossa a cifra pode chegar a R$ 123 milhões. “Há uma diferença muito grande em função da data em que o feriado cai. Se é no sábado, perde-se apenas o sábado. Se é na sexta ou na segunda, emenda com o sábado; mas se é na quinta ou na terça, são muitos dias em que se perdem vendas por conta de as famílias viajarem”, lembra Rosalem.
O diretor da Fecomércio também ressalta que as regras e acordos de trabalho também influenciam nos números. “Tem regiões em que os lojistas não podem abrir, outras em que se abrir tem que pagar uma hora extra muito pesada… tudo isso aumenta o prejuízo”, afirma.
De acordo com o economista da CNC responsável pela análise nacional, Fabio Bentes, a folha de pagamentos, por conta das horas extras a serem pagas, é a principal fonte dos prejuízos impostos pelos feriados. “Por mais que as vendas possam ser parcialmente compensadas nos dias imediatamente anteriores ou posteriores aos feriados, em virtude do fechamento das lojas ou da diminuição do fluxo de consumidores, o peso relativamente elevado da folha de pagamentos na atividade comercial acaba comprimindo as margens de operação do setor”, afirma o economista.
Segmentos
Segundo o estudo, cada feriado reduz a rentabilidade mensal média do setor comercial como um todo em 8,4% (varejo e atacado). Entretanto, nas regiões ou ramos de atividade onde a relação folha/faturamento é mais elevada, esse impacto tende a ser maior.
As taxas de perdas mensais decorrentes de cada feriado nacional ultrapassam os dois dígitos nos seguintes segmentos: hiper e supermercados; lojas de utilidades domésticas; ramo de vestuário e calçados (11,5%, 11,6% e 16,7%, respectivamente).
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