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CNC prevê aumento de 3,8% nas vendas para o Dia das Mães

O Dia das Mães, considerado pelo varejo nacional o Natal do primeiro semestre, deve registrar aumento real, descontada a inflação, de 3,8% no volume de vendas, em comparação a 2018, o que significa movimentação financeira da ordem de R$ 9,7 bilhões. A estimativa foi divulgada hoje (2), no Rio de Janeiro, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, destacou que esse é o terceiro ano consecutivo de alta do faturamento do varejo brasileiro no Dia das Mães. "Desde que a crise [econômica] acabou, em 2016 e início de 2017, as vendas para o Dia das Mães vêm crescendo. É uma data importante para o comércio; é o Natal do primeiro semestre".

Fabio Bentes disse que, como se trata de uma data grande, acaba movimentando também um pouco a demanda por trabalhadores. "Como a expectativa de vendas é de alta, a contratação tende a crescer um pouco mais que no ano passado".

A CNC espera a contratação de 22,1 mil trabalhadores temporários no varejo do Brasil todo. No Dia das Mães de 2018, foram abertas 21 mil vagas. O salário médio de admissão deve ficar em cerca de R$ 1.262, ou 4% acima do valor médio pago na mesma data comemorativa do ano passado.

Efetivação

Já a taxa de efetivação, segundo Fabio Bentes, deverá ser baixa. "Historicamente, o varejo costuma efetivar entre 5% a 6% dos trabalhadores temporários depois do Dia das Mães. Este ano, esse percentual não deve chegar a 5%". O motivo ainda é o elevado grau de incerteza em relação ao consumo no restante do ano, principalmente em razão do mercado de trabalho, "que é quem dá o ritmo do consumo, o ritmo das vendas no varejo".

Segundo o economista-chefe da CNC, o dólar não ajudou as vendas do comércio para o Dia das Mães. Comparando com igual período do ano passado, a moeda norte-americana ficou 7% mais cara. Em uma situação de maior sustentabilidade e crescimento mais forte da economia, o varejo conseguiria passar essa alta do dólar para os preços, disse Bentes. Como a economia ainda está fraca, os comerciantes terão dificuldades de repassar este ano.

Levantamento efetuado pela CNC desde 2015, no começo da crise, até abril de 2019, apurou que em todos os anos o preço de uma cesta média de bens e serviços tem crescido menos do que a inflação medida pelo Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA-15), que é um reflexo dessa fragilidade da recuperação do consumo. "Não tem espaço para o varejo repassar a alta aos preços do Dia das Mães". Enquanto a inflação acumulada em 12 meses encerrados em abril de 2019 subiu 3,9%, os itens do Dia das Mães evoluíram 3,5%.

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