A Monkeypox ou “varíola dos macacos”, como é popularmente conhecida, é uma doença viral, e a transmissão entre humanos ocorre principalmente por meio de contato com lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos recentemente contaminados. A infecção causa erupções que geralmente se desenvolvem pelo rosto e depois se espalham para outras partes do corpo. Os principais sintomas envolvem febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfadenopatia, calafrios e fadiga.
Entretanto, cientistas têm estudado a doença e estão descobrindo novos sintomas da varíola dos macacos. A publicação de um estudo no periódico BMJ, do Reino Unido, apresenta dois deles: inchaço do pênis e dor na região do ânus.
A intenção dos estudiosos é que estes sintomas sejam incluídos nos alertas da saúde pública, a fim de diagnosticar a doença precocemente e evitar a transmissão do vírus.
Estudo
O estudo do Reino Unido analisou 197 pacientes que tiveram a varíola dos macacos atestada em laboratório. Em um dos relatos, o homem voltou ao pronto-socorro com edema escrotal progressivo, dor e piora da ulceração peniana e foi posteriormente internado.
No exame foram identificadas extensas lesões purulentas no pênis e escroto. Embora não houvesse retenção urinária ou disúria, o paciente foi cateterizado devido à preocupação com o aumento do inchaço do pênis. Uma tomografia computadorizada mostrou extensa ulceração peniana, uma grande hidrocele e líquido no escroto. Não havia coleção ou gás dentro dos tecidos moles.
Dentre os pacientes analisados, 36% relataram dor retal como um dos sintomas da varíola dos macacos. Os resultados constam na publicação do estudo no BMJ.
Conforme os cientistas, a idade média dos participantes era de 38 anos. Todos os 197 participantes eram homens e 196 identificados como gays, bissexuais ou homens que fazem sexo com homens. Todos apresentavam lesões mucocutâneas, mais comumente nos genitais.
De acordo com o estudo, 170 pacientes (86,3%) relataram doença sistêmica. Os sintomas sistêmicos mais comuns foram febre (122, 61,9%), linfadenopatia (114, 57,9%) e mialgia (62, 31,5%).
Do montante estudado, 71 pacientes (36,0%) relataram dor retal, 33 (16,8%) dor de garganta, 31 (15,7%) edema peniano, 27 (13,7%) apresentavam lesões orais e 9 (4,6%) sinais amigdalianos. No geral, 20 (10,2%) participantes foram internados no hospital para o manejo dos sintomas, mais comumente dor retal e inchaço peniano.