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Cidades da região extrapolam limite de gastos com pessoal

Dos 399 municípios do Paraná, 261 (65,4%) fecharam o mês de outubro sob alerta do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR) por excesso de gastos com o pagamento de servidores. A Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece o teto de 54% da receita corrente líquida (RCL) para os gastos com pessoal nos municípios. Atualmente, apenas 138 prefeituras paranaenses (34,6%) se enquadram nesse limite legal. A LRF determina que o Tribunal de Contas emita alerta quando o município ultrapassa o teto de 54% da receita e também nos casos em que há a extrapolação de 95% e de 90% daquele limite.

Divulgação
Secretário de Gestão Financeira de Ponta Grossa, Claudio Grokoviski, aponta medidas adotadas pela Prefeitura para reduzir índice

Levantamento da Coordenadoria de Fiscalização Municipal (Cofim) realizado em 1º de novembro aponta 34 municípios (8,5% do total) na lista dos que passaram do teto de 54% da RCL em gasto com pessoal. Nesta relação, entre os municípios da região, estão Castro (54,61%), Piraí do Sul (56,55%), Imbaú (57,31%) e Teixeira Soares (54,54%). No caso de Castro, o índice toma por base os 12 meses anterio

res a agosto deste ano. O secretário municipal de Fazenda, Emerson Fadel Gobbo, ressalta que o índice de gastos com pessoal registrado em outubro caiu para 53,88%. “Para baixar ainda mais a Prefeitura está elaborando um novo plano de demissão incentivada para servidores. Também está em andamento a adequação dos cargos comissionados. E, principalmente, a Prefeitura vem atuando fortemente no setor tributário para aumentar a arrecadação”, destaca.

Limite prudencial

A lista das administrações que atingiram 95% do limite prudencial de 54% da RCL (51,3%) é formada por 78 municípios (19,6% do total). Na lista estão Ponta Grossa (53,69%), Carambeí (51,9%), Ortigueira (51,85%) e Porto Amazonas (52,88%).

De acordo com o secretário de Gestão Financeira de Ponta Grossa, Cláudio Grokoviski, o índice do município se refere ao fechamento do segundo quadrimestre, em agosto de 2017, e toma por base os 12 meses anteriores. “Em dezembro de 2016 o índice estava em 54,85% e no fechamento do primeiro quadrimestre de 2017, em abril, em 54,53%, o que mostra uma queda gradual nos gastos”, explica.

O secretário explica que Ponta Grossa gasta, anualmente, R$ 18 milhões além do limite prudencial, ou seja, R$ 1,5 milhão ao mês. “Estamos reduzindo as despesas, como diminuição do número de cargos comissionados em comparação com dezembro de 2016, atrelado ao aumento da receita própria, como ITBI e ISS e incremento da transferência de ICMS”, acrescenta, destacando ainda o Programa de Recuperação Tributária vai contribuir para reduzir o índice.

Mais

A relação mais extensa se refere aos municípios que ultrapassaram 90% do limite. É formada por 149 administrações (37,3% do total), e inclui Arapoti (48,71%), Guamiranga (49,43%), Ipiranga (50,3%), Irati (49,26%), Jaguariaíva (50,69%), Palmeira (48,9%), Reserva (49,92%), São João do Triunfo (48,75%), Sengés (51,05%), Tibagi (48,79%) e Ventania (51,2%).

Vedações

A Constituição Federal e a LRF impõem vedações aos municípios que ultrapassam os limites de gasto com pessoal, como concessão de vantagens, aumentos, reajuste ou adequações de remuneração a qualquer título; criação de cargo, emprego ou função; alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa; provimento de cargo público, e contratação de hora extra, ressalvadas as exceções constitucionais.

Para os municípios que ultrapassaram o limite de 54% da RCL, além das vedações da LRF, a Constituição impõe a redução do gasto com pessoal. Caso isso não seja suficiente para voltar ao limite, o município deverá exonerar os servidores não estáveis.

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