em

Câmbio e queda nas vendas impacta Ebitda da Ambev

O efeito temporário das operações de hedge cambial e o ambiente macroeconômico desfavorável levaram a uma queda de 14% no Ebitda consolidado da Ambev no terceiro trimestre de 2016 em relação ao mesmo período do ano anterior. Como a companhia trabalha com uma política de hedge anual, o resultado reflete, principalmente, a volatilidade do câmbio no segundo semestre de 2015. Em setembro do ano passado, o real chegou a acumular uma desvalorização de quase 60%, provocando um aumento pontual nos custos da companhia neste trimestre. Por outro lado, o nível de desemprego recorde com a consequente queda de renda disponível contribuíram sobremaneira para uma queda do volume de vendas da cervejaria no Brasil.

Mesmo diante desse cenário, a Ambev tomou a decisão de adiar para o quarto trimestre o repasse da inflação aos preços que historicamente começa a ser realizado pela companhia ainda no terceiro trimestre. Os preços reajustados passaram a valer a partir de outubro. A decisão da companhia está em linha com a sua estratégia de longo prazo e com foco no relacionamento com os consumidores. “Acreditamos no crescimento e desenvolvimento do país, porém entendemos  que essa trajetória não é uma linha reta. Nossas marcas fazem parte da vida dos brasileiros há mais de um século e nesse momento adverso é ainda mais importante continuarmos próximos dos nossos consumidores”, explica o vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Ambev, Ricardo Rittes.

Uma dessas estratégias é o investimento que a cervejaria faz desde o ano passado para ampliar a oferta de garrafas de vidro retornáveis, que são até 30% mais econômicas para o consumidor. Além do preço mais barato, a companhia também desenvolveu uma máquina para facilitar a coleta dos vasilhames e um site de geolocalização para indicar os pontos de troca mais próximos dos consumidores. As ações da Ambev para incentivar o consumo dessas embalagens elevaram o volume de cervejas em garrafas retornáveis para 25% nos supermercados no terceiro trimestre.

Outro destaque do período foi o crescimento nas vendas do segmento premium. No Brasil, a preferência dos consumidores por marcas como Budweiser, Stella Artois, Corona e Original passou de menos de 20% para mais de 30% nos últimos cinco anos. Ao mesmo tempo, a cervejaria também segue investindo em suas principais marcas. Com a Skol, a Ambev aproveitou para, mais uma vez, surpreender seus consumidores com ativações em diferentes ocasiões e plataformas durante a Olimpíada. Em setembro, a companhia também lançou a nova identidade visual da marca, a preferida dos brasileiros desde 1998.

O foco da cervejaria em inovações também faz parte de seu plano de longo prazo. A categoria near beer, como são chamadas as bebidas produzidas a base de malte, mostra o sucesso dessa estratégia: menos de três anos após o lançamento da Brahma 0,0%, o novo segmento (que também inclui as três variações da Skol Beats) já representa 2% do volume total de cerveja vendido pela Ambev no Brasil.

“Apesar de o terceiro trimestre ter se apresentado como o momento mais difícil de um ano já muito desafiador, seguimos confiantes e focados em nossas iniciativas comerciais e de relacionamento com o consumidor”, reforça Rittes.

Mesmo com um trimestre de resultados mais fracos no Brasil, as operações internacionais da cervejaria ajudaram a Ambev a alcançar um crescimento orgânico de 2,3% na receita líquida consolidada do período, somando R$ 10,482 bilhões de julho a setembro. O resultado foi impulsionado principalmente pelo crescimento das vendas na América do Sul e no Caribe. Na Bolívia, no Paraguai e no Chile, a companhia registrou o maior volume vendido de sua história no trimestre. Já na República Dominicana e na Guatemala, a Ambev alcançou a sua maior participação de mercado de bebidas alcoólicas até então.

 

Resultado 3T16 X 3T15

Ambev consolidado (operações em 19 países)

No terceiro trimestre de 2016, o Ebitda ajustado da Ambev somou R$ 3,999 bilhões, o que representa uma queda de 14% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já a receita líquida da cervejaria avançou 2,3% entre julho e setembro, para R$ 10,482 bilhões. O lucro líquido ajustado da companhia no consolidado foi de R$ 3,198 bilhões no período, aumento de 3,6%. O volume total de vendas da Ambev no terceiro trimestre alcançou 38,838 milhões de hectolitros, um recuo de 3,4% em relação ao mesmo período de 2015.

Ambev Brasil

Considerando apenas as operações da Ambev no Brasil, o Ebitda ajustado da companhia caiu 31,3% no período, para R$ 2,024 bilhões. A receita líquida no País totalizou R$ 5,501 bilhões, uma queda de 6,6% na comparação anual. O volume total de vendas da Ambev no Brasil foi de 25,687 milhões de hectolitros no trimestre, o que representa retração de 5,1% ante o mesmo período de 2015. Desse total, foram comercializados 19,538 milhões de hectolitros de cerveja, uma redução de 4,1%. Já a venda de refrigeNANC (refrigerantes, bebidas não-alcóolicas e não-carbonatadas) teve queda de 8,1%, para 6,149 milhões de hectolitros no trimestre.

Resultado da Ambev fica abaixo do aguardado

Foto: Divulgação

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.