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Brasileiros fogem de furacão Michael

O governo da Flórida orientou a pelo menos 120 mil pessoas para deixarem suas casas no noroeste do estado que deve ser atingido nas próximas horas pelo furacão Michael que já subiu para a categoria 4 na escala Saffir-Simpson com ventos máximos constantes de até 230km/h, trazendo, segundo as autoridades, condições de "perigo mortal".

O carioca Thadeo Pedrosa, 44 anos, mora na praia de Panamá City, que deve ser uma das primeiras cidades a ser atingida por Michael, deixou sua casa na terça-feira (9) pela manhã, pouco menos de 24 horas após o comunicado oficial para evacuação obrigatória.

"Como deixei para a última hora, não deu tempo de proteger a minha casa. Está completamente vulnerável", conta Pedrosa que mora a um quarteirão da praia. 

O brasileiro vive nos Estados Unidos há quatro anos e já havia enfrentado o furacão Irma em setembro do ano passado de uma forma diferente, recebendo pessoas que escapavam das devastações. "Aquele chegou como uma tempestade tropical. Era aniversário do meu filho e recebemos mais de 20 amigos do sul da Flórida que fugiam do furacão."

Pedrosa conseguiu um quarto em um hotel de Biloxi, no Mississippi, onde vai ficar com a mulher e o filho de dois anos até o furacão passar. 

Mas nem todos da família estão protegidos. A mãe de Pedrosa, que vive há 20 anos no país, decidiu ficar em Panamá City. "Ela disse que está afastada da costa e preferiu ficar. Ela cria cachorros e patos e não quis deixar os animais para trás", conta o brasileiro que tem uma companhia que gerencia propriedades. 

Uma amiga de Pedrosa também decidiu deixar a cidade na manhã de hoje e corre contra o tempo para encontrar um hotel. "Ela está dirigindo de cidade em cidade, mas não há vagas nos hotéis." 

Panamá City tem cerca de 37.635 habitantes e todos os hotéis da cidade turística foram fechados na terça-feira. 

Segundo o último boletim do Centro Nacional de Furacões (NHC, sigla em inglês) divulgado às 9 horas desta manhã (10h de Brasília), o olho de Michael está localizado a 115 quilômetros de Apalachicola e a 105 quilômetros de Panama City, ambas na Flórida, avançando para o norte a uma velocidade de 20 km/h, com a previsão de tocar o solo às 14 horas (horário local).

O governador da Flórida Rick Scott declarou estado de emergência em 35 condados ao longo das regiões da Língua de Terra e de Big Bend. Cerca de 1.250 soldados da Guarda Nacional estão ajudando neste processo de proteção e remoção e mais de 4 mil tropas estão de prontidão.

Repartições públicas, escolas e universidades estão fechadas desde terça-feira até o final da semana em condados da região conhecida como Língua de Terra.

A previsão é que o fenômeno atinja com a mesma força o Alabama, onde a governadora Kay Ivey chegou a declarar estado de emergência em todo o Estado na segunda-feira, prevendo danos dos ventos, chuvas fortes e blecautes.

Carolina do Norte e Virgínia também vão sentir os efeitos de furacão, com a expectativa de temporal na noite da quarta-feira e na quinta-feira.

O NCH avalia que os estragos devem ser ainda maiores que os da tempestade Florence que deixou um saldo de 50 mortos e um rastro de devastação nas Carolinas do Norte e do Sul no início de setembro.

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