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Brasil registrou cinco estupros por hora em 2015

O Brasil registrou uma média de cinco estupros por hora em 2015. Foram 45.460 casos durante o ano. Devido à subnotificação desse tipo de crime, esse número, na realidade, deve ser ainda maior. Os dados são da 10ª edição do anuário produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e consideram os boletins de ocorrência registrados em delegacias de todos os Estados. Apesar de alto, o número oficialmente registrado caiu: foram 4.978 (10%) casos a menos do que em 2014.

Para a diretora-executiva do fórum, Samira Bueno, a redução “não é motivo para comemorar”. Isso porque os crimes de violência sexual são os menos reportados à polícia. Um estudo feito em 2013 pelo Ipea (Instituto Brasileiro de Pesquisa Econômica Aplicada) indicou que só 10% dos casos chegavam às autoridades.

“As vítimas têm vergonha, medo do agressor, porque muitas vezes o conhecem, e revivem a vitimização nas delegacias porque o atendimento tende a ser precário”, afirma Samira.

A diretora lembra o caso de estupro coletivo ocorrido no Rio de Janeiro, em maio. Mesmo após o vazamento de um vídeo que mostrava o crime, o delegado então responsável colocou em dúvida a versão da vítima. “O preconceito que ronda esses casos e a dificuldade de as pessoas entenderem que foi uma violência dificultam a notificação”, diz a diretora.

O maior número absoluto de estupros foi registrado em São Paulo: 9.265 casos, cerca de 20% do total no Brasil. O Estado porém, tem incidência desse crime por 100 mil habitantes abaixo da média nacional (índice de 20,9, contra 22,2 do país).

O ano de 2015 foi marcado por um caso de estupro coletivo com repercussão internacional, em Castelo do Piauí (a 190 km de Teresina). Na ocasião, quatro garotas foram amarradas e estupradas por quatro adolescentes e um adulto quando foram tirar fotos para tarefas escolares. O Piauí, segundo dados do anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, registrou 16,8 casos de estupro por 100 mil habitantes no ano passado, abaixo da média nacional.

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