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Bolsonaro volta a criticar medidas de fechamento; risco de poucas vacinas em abril é grande

Foto: Isac Nóbrega/PR

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar nesta quarta-feira, 7, medidas de fechamento adotadas por governadores e prefeitos para frear a pandemia da covid-19. O chefe do Executivo afirmou que a política do “fica em casa” e do fechamento do comércio está “empobrecendo” o País.

“Realmente está faltando um pouco de humanidade por parte de muitos governadores e prefeitos no Brasil nessa questão da pandemia. Lamentamos as mortes, queríamos que ninguém morresse, mas temos uma realidade pela frente”, disse em evento de entrega da ampliação da pista de pouso do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu (PR). “Desemprego é um efeito colateral mais danoso que o próprio vírus”, completou.

“Queria cumprimentar os trabalhadores, aqueles que pegaram no pesado aqui e em nome de você apelar a todos governadores e prefeitos do Brasil: todo homem que trabalha, toda atividade que ele exerce para levar o pão para casa, é uma atividade essencial”, afirmou.

Nesta tarde, o presidente Jair Bolsonaro participou da entrega da obra de ampliação da pista de pouso e decolagem do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu. A ampliação da pista permitirá a realização de voos internacionais sem escala e tem objetivo de incentivar o turismo na região.

A obra contou com investimentos de Itaipu Binacional e da Infraero. Também foi inaugurado o novo pátio de manobras e a duplicação da via de acesso ao aeroporto. O aeroporto de Foz do Iguaçu foi um dos 22 leiloados na 6ª rodada de concessão de aeroportos, promovida nesta quarta-feira.

“Todas as estatais são importantes. O que nós pudermos fazer para privatizar parte das estatais, nós faremos”, citou Bolsonaro. “Como disse aqui o presidente da Infraero (Hélio Paes de Barros Júnior), não teríamos recursos para investir mais pelo Brasil se nós não passarmos para a iniciativa privada a administração desses aeroportos e portos também que estão na pauta de privatizações e concessões nos próximos dias”, disse.

Risco de ter poucas vacinas em abril é grande; sem Sputnik, seria desastre

O presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias (PT-PI), afirmou que o risco de o Brasil ter poucas doses de vacinas contra a covid-19 disponíveis em abril é grande. Ele avalia que esse quadro se tornaria um “desastre” se a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não aprovar, nos próximos dias, a importação e o uso emergencial do imunizante russo Sputnik V, do qual o grupo de governadores da região contratou 37 milhões de doses e o governo federal, outras 10 milhões.

Segundo o governador do Piauí, que falou na terça-feira, 6, à imprensa após quatro horas de reunião com o diretor-presidente da autoridade sanitária, Antonio Barra Torres, houve a sinalização de que será possível a Anvisa separar o pedido de uso emergencial da vacina feito pelo laboratório brasileiro União Química da solicitação do Consórcio Nordeste e mais três Estados de autorização excepcional de importação das doses.

“Ficou claro o caminho que temos que trilhar, inclusive para não perder vacinas”, sustentou Dias. Ele alertou que a entrega dos primeiros 2 milhões de doses está prevista para a segunda quinzena de abril, mas alertou sobre como a Rússia só aceita começar a exportar o imunizante se tiver garantia de sua aplicação imediata no país de destino.

Dias lembrou, ainda, do prazo previsto em lei de sete dias úteis ou nove dias corridos para a Anvisa analisar um pedido de importação de uma vacina cuja aplicação já seja autorizada por determinadas autoridades sanitárias estrangeiras. No entanto, a agência apontou em nota que, para a conclusão da avaliação de importação, a lei pede a apresentação do relatório técnico da avaliação das vacinas contra a covid-19, emitido ou publicado pelas autoridades sanitárias internacionais, “o que ainda não foi apresentado”.

A Anvisa também afirmou que vai buscar de forma “proativa” informações que permitam superar aspectos técnicos que faltam no pedido de importação da Sputnik V pelos Estados. “As ações da Anvisa incluem a busca de informações junto à Organização Mundial de Saúde (OMS) e à Agência Europeia de Medicamentos (EMEA)”, relata a autoridade. “A diretoria ainda ressaltou aos governadores que o processo de importação excepcional é mais simples do que a avaliação para o uso emergencial ou para o registro de uma vacina.”

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