O presidente Jair Bolsonaro afirmou há pouco que as mudanças nos comandos de ministérios visam fortalecer relação do governo com o Parlamento. Segundo ele, o ex-ministro da Cidadania, deputado Osmar Terra (MDB-RS), retorna ao Congresso para fortalecer as relações do governo com o parlamento. "(Presidente do Senado) Davi Alcolumbre, precisamos fortalecer o nosso relacionamento e Osmar Terra nos ajudará muito nessa missão. Ele sai do ministério vitorioso", afirmou Bolsonaro.
Bolsonaro elogiou o novo ministro da Casa Civil, general Walter Souza Braga Netto, segundo ele, "mais que um bom militar, um bom cidadão". Também agradeceu a disposição do ex-ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em trocar "o número da camisa" para assumir o Ministério da Cidadania.
"A vida se faz de momentos, e esse vai marcar a vida de muitos. Essa mudança (de ministérios) marcará o destino do Brasil. Nossa responsabilidade é enorme. Se hoje mexemos no tabuleiro de xadrez, é com a certeza de que nenhuma peça será deixada de lado", afirmou. "É difícil tomar uma decisão, mas pior que não tomar uma decisão é uma decisão má tomada", completou.
Durante o discurso de posse dos ministros, Bolsonaro voltou a defender o projeto regularização de garimpo e outras atividades em terras indígenas. Segundo ele, a proposta poderá finalmente "unificar a Amazônia", mandando assim uma mensagem ao exterior.
"Nós não queremos e eles (índios) não querem mais ser tutelados pelo Estado. Muitos vivem hoje de projetos sociais e querem se integrar. Essa é uma forma de dizermos para o mundo que não há divisões entre nós, que somos todos iguais. Somente incluindo e integrando a Amazônia poderemos dizer que o Brasil é um país de 8 milhões de quilômetros quadrados. Devemos apresentar propostas que nos coloquem em lugar de destaque no mundo", completou.
Onyx na Cidadania
Empossado como ministro da Cidadania em cerimônia no Palácio do Planalto, após perder o comando da Casa Civil, Onyx Lorenzoni manteve em discurso realizado nesta terça-feira (18) a posição de que continuará servindo o presidente Jair Bolsonaro.
"Me perguntaram: o senhor está perdendo poder? Aqui ninguém tem fome de poder, temos fome de servir, e é com esse princípio que vamos continuar a nossa tarefa", disse Onyx, que enfrentou um esvaziamento de funções na Casa Civil antes de perder a pasta. O ministro também afirmou que seu sucessor, ministro Braga Netto, vai conduzir "todo o centro do governo". "Casa Civil está em excelentes mãos, me apresento como soldado".
"Todos nós do time do governo Bolsonaro ouvimos do presidente que estamos para servir. Aqueles que não queriam as mudanças erraram previsões no passado e erram no presente. Graças a Deus que o presidente é um homem livre e independente para transformar o Brasil", afirmou o ministro.
Onyx não se aprofundou nas ações que terá de comandar a frente do Ministério da Cidadania, mas ressaltou algumas das medidas concretizadas no primeiro ano de governo, como a aprovação da reforma da Previdência e da Lei de Liberdade Econômica.
Apesar dos problemas enfrentados no programa social, o ministro também ressaltou mudanças no Bolsa Família, como a introdução do 13º salário. "Esse é o governo do 13º do Bolsa Família", disse. Reportagem do Estado publicada nesta terça-feira (18) revelou que a fila de brasileiros que espera pelo Bolsa Família já chega a 3,5 milhões de pessoas, o que representa 1,5 milhão de famílias de baixa renda.
No discurso, Onyx ainda afirmou que o governo está estruturando o maior plano de regularização fundiária do mundo. "Pessoas esperavam isso há 30 anos", disse.