em

Atenção à saúde do trabalhador em home office deve ser prioridade

A modalidade de home office (ou teletrabalho) está em vigor no País desde 2017. Nela, o trabalhador recebe a permissão da empresa para exercer suas atividades fora das dependências da empresa, de modo que desempenhe as mesmas funções e com as mesmas responsabilidades que eram desenvolvidas no interior da empresa. Com as medidas adotadas para combater a transmissão do novo coronavírus, a adesão ao trabalho à distância foi a maneira mais eficiente que as empresas encontraram para não paralisarem suas atividades.

Ricardo Pacheco, médico, gestor em saúde, diretor o Grupo OnCare e presidente da Associação Brasileira de Empresa de Saúde e Segurança no Trabalho (ABRESST), lembra que a medicina ocupacional tem um papel determinante em tempos de Covid-19. “Os serviços de medicina do trabalho precisam ser mantidos para a contenção da transmissão do novo coronavírus. O médico do trabalho, coordenador do PCMSO por exemplo, possui autonomia para definir os critérios de enquadramento dos trabalhadores no grupo vulnerável; bem como discutir medidas preventivas específicas para esse grupo, conforme o perfil epidemiológico da população atendida e do ramo de atividade econômica”.

O gestor em saúde também enfatiza que o médico do trabalho participa ativamente na definição da política de saúde adequada nesse momento crítico. “Nesse sentido, além de comunicar os grupos vulneráveis (resguardando o sigilo médico individualmente), a medicina ocupacional preconiza a prioridade no atendimento a trabalhadores com sintomas respiratórios e também avalia a necessidade de realização dos exames ocupacionais conforme essa suspensão ofereça risco para a saúde do empregado, conforme Medida Provisória 927”, destaca Ricardo Pacheco.

Rony Bueno, também médico e diretor do Grupo Oncare, destaca que o serviço de medicina ocupacional pode participar ativamente também orientando os trabalhadores, em atividades essenciais ou em home office. “Para os trabalhadores que não podem exercer suas funções remotamente, o médico do trabalho pode contribuir com orientações importantes, como o estímulo a lavagem das mãos com fornecimento dispositivo de sabão líquido, papel descartável e lixo sem acionamento manual; estímulo a adotar a etiqueta de higiene pessoal e respiratória, incluindo cobrir a boca com papel ou cotovelo ao tossir ou espirrar; orientar quanto ao não compartilhamento de equipamentos como teclado, telefone, mesas e demais objetos e na manutenção da rotina de limpeza dos locais de trabalho. Além de sugerir a disposição de álcool em gel em áreas comuns e de produtos de limpeza para higienizar a estação de trabalho antes do início de seu uso; e da manutenção de portas e janelas abertas para facilitar a circulação de ar, dentre outras recomendações”.

Vale ressaltar que o home office é uma modalidade que se assemelha em responsabilidades com o trabalho nas empresas e, para que o profissional se mantenha produtivo e principalmente saudável, há que se criar uma rotina, como destaca Ricardo Pacheco: “É fundamental que o trabalhador estabeleça hora para começar, pausar e terminar as tarefas. Também é necessário criar um ambiente em que ele esteja confortável, sem distrações que o impeça de cumprir metas e de realizar pausas durante o dia para que não fique cansativo. Criar e manter uma rotina, como horário de almoço respeitado todos os dias, ajuda na saúde do corpo e da mente. Também é importante se organizar, estabelecendo tarefas e metas, diárias ou semanais. Conquistada a meta, é imperativo que o trabalhador se desligue das demandas do home office, implantado controles para não trabalhar mais do que o normal ou relaxar de vez e não conseguir entregar o que precisa dentro dos prazos estabelecidos. Rotina e foco, com saúde sempre”, completa.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.