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Análise: mercados internacionais recuperam-se após pior pregão desde 1987

O Ibovespa caiu 14,76% ontem (12) a 72.582 pontos, em um pregão com dois circuit breakers, que marcou sua pior queda desde 10 de setembro de 1998, quando o índice brasileiro caiu 15,83% em meio à crise da moratória da Rússia.

A XP Investimentos publicou uma análise econômica sobres os mercados nacional e internacional, avaliando as políticas e fatos que podem impactar nos investimentos particulares. Confira, na íntegra:

"Durante a tarde, os EUA atacaram milícias apoiadas pelo Irã no Iraque após série de ataques a bases que abrigam soldados americanos no país. O incidente renova tensões entre os países, entretanto, dado o contexto da crise pelo coronavírus no Iraque, não se esperam grandes represálias no momento. Mesmo assim, a tensão geopolítica reflete na alta do petróleo Brent de 5,4% aos US$35/barril hoje.

Nesta manhã, futuros do S&P 500 recuperam e sobem 4%, após indicar queda ontem a noite. Bolsas europeias também sobem 4,5%, e na Ásia, Japão caiu 6% enquanto China teve queda de 1,5%.

Dando sequência a semana dramática nos mercados, ontem o S&P 500 caiu 9,5% na maior queda diária desde 1987 (quando caiu 20,5% na Black Monday) e a quinta maior da história, acumulando queda de 16,5% na semana, a pior desde 2008. O índice cai 26% do topo, entrando em territóro de bear market (caracterizado por mais de 20% de queda).

Bancos centrais de todo o mundo seguem agindo para conter a crise global atual. O Fed anunciou a recompra de US$ 1,5 trilhões de títulos do governo, garantindo a liquidez no mercado americano. O Banco Central do Japão e o Europeu seguem na mesma linha, apesar de terem comunicado que não haverá corte de juros, o que frustrou as expectativas do mercado. O Banco central da China, por fim, acaba de anunciar um corte de 0,5 ponto percentual na taxa de compulsório. 

No Brasil, em uma tentativa de fazer face aos efeitos do coronavirus sobre a economia, o governo decidiu ontem antecipar a primeira metade do 13º de aposentados do INSS. Além disso, irá propor a redução dos juros e a ampliação de prazo para empréstimos consignados desses beneficiários. 

O governo negou que avalia a possibilidade de realizar uma nova liberação imediata do FGTS aos trabalhadores, apesar do secretário especial da fazenda, Waldery Rodrigues, ter confirmado que a equipe estudava a medida.

De acordo com o secretário executivo, Marcelo Guaranys, o governo poderá conversar com bancos públicos para traçar outra frente de ação. Em entrevista, afirmou que uma linha de crédito para companhias aéreas “precisa ser estudada” pelo governo e que o BNDES poderia atuar como principal veículo, uma vez que possui liquidez de R$100 bilhões.

Em entrevista, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, afirmou que a pauta dos próximos 45 dias na Casa será voltada para o combate aos efeitos econômicos do coronavírus e criticou fortemente a agenda do ministro Paulo Guedes por não ter medidas de curto para enfrentar as consequências da pandemia. O foco anunciado por Maia turva ainda mais o ambiente para avanço da agenda estrutural do Ministério da Economia.

Paulo Guedes anunciou que irá ao Supremo Tribunal Federal e ao Tribunal de Contas da União contra a derrubada do veto do presidente Jair Bolsonaro, que ampliou a faixa de renda de acesso ao BPC, com custo estimado em R$ 217 bilhões em 10 anos. O TCU sinalizou ao Legislativo que há espaço para impedir a implementação da medida.

Na agenda do dia, o Banco Central dará continuidade na intervenção no mercado de câmbio com leilões de linha no total de R$2 bilhões".

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