Foi realizada na tarde desta quarta-feira (11) a cerimônia de confirmação dos novos investimentos da cervejaria Heineken na sua unidade de Ponta Grossa. Um aporte de R$ 865 milhões será aplicado na ampliação da fábrica, que deverá ter sua capacidade total de produção aumentada em 75%. Com isso, aproximadamente seiscentos novos empregos, entre diretos e indiretos, devem ser gerados – hoje a indústria emprega trezentos colaboradores diretos.
Segundo o diretor local da empresa, Rodrigo Bressan, as obras devem ser iniciadas dentro de dois meses, com previsão de término entre setembro e outubro de 2021. “Vamos trabalhar mais forte com a Heineken e a Amstel, reforçando a nossa carteira premium. Hoje a linha de produtos da unidade de Ponta Grossa atende de São Paulo para baixo – exceto o barril de 5 litros, que é distribuído para todo o país”, contou ele, afirmando que uma das novidade é que a cidade será a primeira no Brasil a produzir a Heineken 0.0%, versão sem álcool da marca.
O investimento também visa a expansão de capacidade na categoria de cervejas mainstream (segmento médio de mercado). No último ano, segundo balanço da empresa, as marcas Amstel e Devassa ampliaram o volume de vendas no País, o que justificaria o investimento.
O governador Ratinho Junior participou do evento, quando também foi guiada uma visitação da fábrica para as autoridades, convidados e representantes da imprensa presentes. “Para nós é motivo de grande orgulho estar aqui em Ponta Grossa para anunciar um investimento tão robusto como esse. Ponta Grossa é referência em industrialização para o Brasil”, disse o governador.
O presidente-executivo do grupo no Brasil, Mauricio Giamellaro, também esteve presente na cerimônia e disse que a empresa está antecipando o investimento em um ano devido ao bom momento econômico do Paraná. “Investimos constantemente na ampliação de nossas cervejarias. E o Paraná nos recebeu muito bem, com muita paixão”, ressaltou, afirmando que Ponta Grossa se tornará a terceira maior operação do grupo no Brasil.
Arrecadação
O prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel, afirmou que o investimento significa mais arrecadação ao município, ampliando possibilidades de retorno à população em outras áreas. “A indústria cervejeira é uma das que mais emprega e rende dividendos no mundo, auxiliando o desenvolvimento econômico do município e do Estado”, afirmou.
O incremento dos tributos gerados pela produção não foi revelado, porém, nos últimos dias, Rangel afirmou em suas redes sociais que o acréscimo pode alavancar Ponta Grossa para segundo lugar no ranking de repasse de ICMS; hoje a cidade ocupa a quinta posição no estado.
Segundo ciclo
Essa é a segunda vez que a multinacional holandesa amplia investimentos no Paraná desde a sua instalação, em 1995. Entre 2015 e 2016 o aporte foi de R$ 450 milhões para elevar a capacidade de produção em 40% na planta de Ponta Grossa.
Agora, a ação integra um grande pacote que vem sendo aportado em cinco fábricas da marca no Brasil. Além de Ponta Grossa, os investimentos serão na unidade de Alagoinhas (Bahia) e nas plantas localizadas no Estado de São Paulo: Araraquara, Itu e Jacareí.
A partir dessa expansão, a cidade paranaense se tornará a terceira maior operação do grupo no Brasil. “Em parceria com a prefeitura e o Governo do Estado, queremos continuar crescendo com a comunidade local, gerando empregos e contribuindo para o avanço econômico da região”, comentou Giamellaro.
Prefeito Marcelo Rangel, governador Ratinho Junior e presidente-executivo da Heineken Brasil, Mauricio Giamellaro (Foto: José Aldinan/DC)
Maior mercado
Em fevereiro, a Heineken, segunda maior cervejaria do mundo, afirmou em Bruxelas, na Bélgica, que os volumes de venda de cerveja do grupo subiram 4,1% no quarto trimestre, puxados por avanços mais fortes no Brasil, Camboja e Vietnã. A empresa também afirmou na ocasião que o Brasil atualmente é o maior mercado da marca no mundo, na frente de Estados Unidos e da Europa.
A cervejaria diz ter atualmente 22% do mercado nacional. Segundo executivos da empresa, o crescimento tem sido mais acelerado desde a aquisição das operações da japonesa Kirin no País por US$ 1,2 bilhão, em 2017.
No Brasil, além da Heineken, posicionada no segmento premium, e da Amstel, no segmento mainstream, a cervejaria holandesa tem rótulos econômicos como Glacial e Kaiser, também produzidas em Ponta Grossa.
Paraná Competitivo
O programa Paraná Competitivo, ferramenta que possibilitou a expansão da Heineken, é um dos principais atrativos para investimentos do Estado. Ele foi criado para reinserir o Paraná na agenda dos investimentos locais, nacionais e internacionais e contempla uma série de medidas, como a dilação de prazos para recolhimento do ICMS, incentivos para melhoria da infraestrutura, comércio exterior, desburocratização e de capacitação profissional, com objetivo de tornar o Estado mais atrativo para novos empreendimentos.
Os incentivos pleiteados pelas empresas são avaliados de forma técnica pela Invest Paraná a partir de um relatório que leva em conta as prioridades do Estado, como tipo do investimento, setor econômico, número de empregos gerados, impactos econômicos, sociais e de meio ambiente, adensamento da cadeia produtiva e grau de inovação. Após a avaliação técnica, o processo passa para análise da Secretaria da Fazenda, onde é decidida a concessão ou não dos incentivos, bem como prazo e carência.
Presenças
Também participaram da cerimônia o secretário estadual da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex; o presidente da Sanepar, Cláudio Stabile; o prefeito de Ipiranga, Luiz Carlos Blum; a vice-prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schimdt; o presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Ponta Grossa, Wilson Oliveira; o presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), Douglas Fanchin Taques Fonseca; o presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), Fábio Aguayo; além de vereadores e líderes empresariais da região.
Após a cerimônia os presentes participaram de uma visitação (Foto: José Aldinan/DC)