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Alternância de horários é apontada como alternativa para o comércio de PG

A abertura do comércio em meio à pandemia do novo coronavírus tem levantado diversas discussões sobre como tentar reduzir as perdas econômicas e ao mesmo tempo garantir a segurança da saúde da população. Em Ponta Grossa o atendimento foi suspenso completamente por duas semanas na última semana de março e na primeira de abril, e a partir do dia seis foi criada uma tabela de escalonamento que permite que cada ramo de atividade realize atendimento ao público em dois dias da semana, alternadamente, além de atendimentos individuais com hora marcada.

Para discutir esta questão, o Diário dos Campos realizou um debate ao vivo no Facebook na manhã desta sexta-feira (17) entre o empresário e presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG), Douglas Taques Fonseca, e o professor de Medicina da UEPG e coordenador do Núcleo de Educação Permanente em Saúde da Fundação Municipal da Saúde, Carlos Eduardo Coradassi.

“Acho que o momento epidemiológico não requer um lockdown, que é o fechamento total, porque temos uma situação bem diferente dos outros municípios do Paraná. O mais importante é que não temos casos de transmissão comunitária – o que elevaria o grau de alerta”, apontou Coradassi, se referindo aos casos de contaminação dentro do município; até agora, todos os casos confirmados de covid-19 em Ponta Grossa foram contraídos em outras cidades. “A partir do momento que termos casos comunitários precisamos ter medidas mais restritivas em relação à circulação de pessoas, prestação de serviços e comércio”, avaliou o especialista.

Para o presidente da ACIPG, a questão deve ser avaliada independentemente da situação de outras cidades. “Se as pessoas têm contaminação dentro de casa é mais grave, mas se um terceiro veio de outro lugar, chegou em Ponta Grossa e teve o problema, não é Ponta Grossa que teve o problema; é de onde ele veio”, opinou Fonseca, complementando que julga necessário abrir o comércio tomando medidas protetivas como restrição da entrada por espaço da loja e exigir o uso de máscaras em vendedores e o uso de álcool em gel na entrada e saída dos clientes, por exemplo.

Alternativa

A abertura do comércio escalonada por segmentos gerou diversas discussões acerca da necessidade de ter que se deslocar mais de uma vez por semana para contar com atendimentos de lojas diferenciadas. Até então, o horário também foi reduzido das 10 às 16 horas, para fugir dos horários de pico tradicionais. Como alternativa a essas questões, ambos os entrevistados debateram sobre a possibilidade de um escalonamento por horário, no qual todas as alojas abririam diariamente, mas em horários diferentes.

“Trabalhar por setor, de maneira diferenciada. Ao invés de concentrar todo o atendimento em dias diferentes e das 10 às 16 horas, faz, por exemplo, um grupo das 8 às 13 horas e outro das 13 às 18 horas para dispersar a população. Mas sempre temos que avaliar o momento epidemiológico diariamente; se não restringirmos a circulação das pessoas ditas economicamente ativas, que estão fora do grupo de risco de mortalidade, elas vão para casa e contaminar as mais suscetíveis a óbitos”, pondera o professor da UEPG, que também sugere fazer rodízio entre funcionários.

“Abre tudo todo dia, mas de forma escalonada. Não abrir por segmento, mas de manhã algumas lojas e de tarde outras, por exemplo, sempre com responsabilidade e bom senso, para que a situação de contaminação não piore a ponto de termos um lockdown”, disse o presidente da ACIPG.

Outro ponto levantado pelos entrevistados é o risco da contaminação no transporte público, principalmente em horários de pico. “Poderiam ser colocados mais ônibus para que o pessoal não fique aglomerado, e o escalonamento de horários também diminuiria o movimento em horários de pico”, afirmou Douglas Taques Fonseca, sugerindo também às empresas que contratam ônibus para o transporte de funcionários aumentem a quantidade de veículos.

Assita a entrevista na íntegra:

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