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Ajufe e juiz ponta-grossense defendem Lava Jato

Divulgação
Bochenek: “Chamar de neoinquisição o funcionamento das instituições republicanas é um desrespeito com as verdadeiras vítimas históricas da inquisição”

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) divulgou, na última sexta-feira (15), uma nota pública em que defende os procedimentos adotados na Operação Lava Jato. “A Operação Lava Jato coroa um lento e gradual processo de amadurecimento das instituições republicanas brasileiras, que não se colocam em posição subalterna em relação aos interesses econômicos. A Justiça Federal realiza um trabalho imparcial e exemplar, sem dar tratamento privilegiado a réus que dispõem dos recursos necessários para contratar os advogados mais renomados do país. Essa ausência de benesses resulta em um cenário incomum: empreiteiros, políticos e dirigentes partidários sendo presos”, diz a nota assinada pelo presidente da entidade, o juiz ponta-grossense Antônio César Bochenek.

O manifesto assinado por 105 advogados penalistas e constitucionalistas foi divulgado em espaço pago nos principais jornais do país na última sexta-feira (15). Eles acusam a Lava Jato de ser um episódio “sem precedentes” de violações de direitos fundamentais dos réus e das regras mínimas de “um justo processo”. “Chamar de neoinquisição o funcionamento das instituições republicanas é um desrespeito com as verdadeiras vítimas históricas da inquisição” afirmou Bochenek, na nota da Ajufe.

Partidos

A carta-manifesto com críticas à Operação Lava Jato, também repercutiu entre presidentes de partidos políticos. O primeiro foi o presidente do PT, Rui Falcão, que divulgou editorial no site do partido apoiando o manifesto. “O combate à corrupção, a corruptos e corruptores, não pode servir à violação de direitos, nem tampouco para fragilizar a democracia, tão duramente conquistada. É preciso vigilância e luta aberta contra este embrião de Estado de exceção que ameaça crescer dentro do Estado Democrático de Direito”, disse Falcão.

Na oposição, os comentários sobre o manifesto são diferentes. O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), ressaltou que “pouquíssimas” decisões da Justiça Federal ou ações do Ministério Público relacionadas à Operação Lava Jato foram reformadas por tribunais superiores. Para Freire, isso é prova de que as leis e protocolos do Estado Democrático de Direito estão sendo observados. “Estão no direito deles, ao protestar; a liberdade de expressão garante isso. Mas não é algo que mereça o respeito da sociedade”, afirmou o deputado.

O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, é um dos assinantes da carta. Ele disse que o objetivo é gerar uma reflexão, e que vários advogados vêm demonstrando preocupação com a situação. “Então, resolvemos agora colocar isso de público, mais para chamar atenção, para fazer uma reflexão com os demais advogados, com o poder judiciário, mas com as pessoas, com o cidadão”, disse. O texto dos advogados não aponta casos específicos ou exemplos, o que provocou reação de procuradores que acusaram os advogados de fazer acusações generalistas e atacar a operação e seus executores de forma “indistinta”.

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