A Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), entidade que representa os setores produtivos, vem se manifestando favorável à reforma da Previdência. Para o presidente da associação, Douglas Taques Fonseca, a reforma é necessária para que haja equilíbrio das contas públicas.
"Anos atrás tinha um número de pessoas que contribuíam com a Previdência e uma certa quantia de aposentados. Hoje, a expectativa de vida do brasileiro aumentou, mas o aumento de contribuintes não cresceu na mesma proporção. Então é claro que o sistema está desequilibrado. Se nada for feito, as gerações futuras serão prejudicadas", opina presidente, que aponta para um risco de recessão mais severa na economia caso a medida não seja aprovada.
Em sua opinião, a aprovação da reforma previdenciária é indispensável também para que o Brasil receba novos investimentos. "A grande vantagem da reforma está no dinheiro internacional que está para ser investido no Brasil, desde que eles vejam no Brasil uma nação firme, séria. Mas, estes investidores estão acompanhando a situação e estão vendo que sem a reforma o Brasil 'vai para o brejo' e não vão investir em um país que atravessa estas dificuldades".
No entanto, Fonseca afirma que existem alguns pontos da reforma que devem ser melhor discutidos e aprimorados. "É possível negociar alguma coisa. Isso é natural. Mas, um dos pontos que precisa realmente ser alterado é o aumento da idade, porque a expectativa de vida do brasileiro aumentou", frisa.
Polêmica
Em entrevista ao Diário dos Campos, Fonseca falou também sobre a Moção de Apelo, de autoria do vereador Pietro Arnaud (Rede), que solicita aos deputados federais eleitos pelo Paraná que votem contrariamente ao Projeto de Emenda Constitucional nº 06/2019, que trata da reforma da Previdência. A moção foi aprovada por unanimidade na sessão de segunda-feira (15). "A Acipg ficou surpresa com o posicionamento da Câmara. Claro que há posicionamentos divergentes, mas toda a Câmara contra a reforma?", questiona.
Diante da polêmica que o assunto causou, vários vereadores se manifestaram na sessão desta quarta-feira (17). "Acredito sim que seja necessário fazer ajustes ao projeto que tramita em Brasília e que deve ser revista a questão dos militares e a aposentadoria do setor público. Mas, o fato de aprovarmos a moção apresentada pelo vereador Pietro significa que damos a possibilidade de ele apresentar a moção, não que a gente concorde com a matéria", argumentou Kalinoski.
Diante da repercussão, o vereador Ricardo Zampieri protocolou, Moção de Apoio, solicitando que os deputados federais paranaenses votem a favor da PEC 06/2019. "A reforma é ruim para os ricos, boa para os pobres, cortando privilégios, principalmente de políticos", destaca. A moção foi assinada por outros 16 vereadores: Daniel Milla (PV), Divo (PSC), Dr. Magno (PDT), Felipe Passos (PSDB), Eduardo Kalinoski, Florenal da Silva (PODE), Vinicius Camargo (PMB), Pastor Ezequiel (PRB), Paulo Balansin (PODE), Jorge da Farmácia (PDT), Rogério Mioduski (PPS), Rudolf Polaco (PPS), Sebastião Mainardes Junior (DEM), Valtão (Progressistas), Mingo Menezes (DEM) e George de Oliveira.
Pietro, por sua vez, ao usar a tribuna, também comentou o posicionamento da Acipg. Para ele, a postura da associação foi desrespeitosa com a Câmara. "Não estamos vivendo mais período de ditadura nem de coronelismo […]. É lamentável a postura de quem deveria trabalhar conosco em prol do crescimento da cidade", expôs. "Mas acho natural também a Acipg ser favorável [à reforma]. Acharia estranho um trabalhador ser favorável".