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90,8% das famílias paranaenses estão endividadas

O número de famílias endividadas permanece alto no estado do Paraná. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), 90,8% dos paranaenses possuíam algum tipo de dívida até o mês passado.

Essa porcentagem se mostra ainda mais alarmante quando comparada à média nacional (somada em 64,8%) e voltou a crescer desde março – em fevereiro foram registrados os mesmos 90,8%, mas no mês seguinte a parcela de 90,3% de endividados iniciou a puxar a baixa que teve como mínimo 88,8% em abril e, agora, chegou novamente ao maior patamar do ano.

Em relação à quantidade de famílias sem condições de pagar suas dívidas houve uma melhora no estado, porém, o número ainda é pior do que a média nacional. No último mês 10% dos paranaenses se declararam nessa situação, ante 9,5% em todo o país.

A maioria dos paranaenses (44,6%) considera ter nível mediano de endividamento, enquanto 32,5% se consideram muito endividados e 13,7% acreditam ter poucas dívidas. Entre as famílias com contas em atraso, em 43% dos casos esse atraso é superior a 90 dias e, portanto, podem ser consideradas inadimplentes.

Perfil

Na segmentação por renda, observa-se redução no endividamento entre as famílias com renda mensal acima de 10 salários mínimos, que atingia 95,21% em julho e baixou para 90,48% no mês passado. Por outro lado, o endividamento teve ligeiro aumento entre as famílias com renda abaixo de 10 salários mínimos, que correspondiam a 89,69% em julho para 90,48% em agosto.

Segmentando-se por tipo de dívida, o cartão de crédito é o principal motivo de endividamento, com 76,4%, seguido pelo financiamento de veículo (8,4%) e pelo financiamento imobiliário (7,3%). Os carnês foram apontados por 4% dos endividados, o crédito consignado por 1,7% e o crédito pessoal por 1,8%.

Liberação parcial do FGTS pode amenizar dívidas

A Caixa Econômica Federal iniciou neste mês os depósitos de até R$ 500 por conta do FGTS. No Paraná mais de R$ 2,41 bilhões serão liberados para 6,32 milhões de trabalhadores, sendo R$ 1,79 bilhão para 4,19 milhões de pessoas ainda neste ano e o restante nos primeiros meses de 2019.

Segundo uma pesquisa do Boa Vista SCPC (serviço de proteção ao crédito), 56% dos consumidores devem usar esse montante para pagar contas. Destes, 37% indicaram que pretender quitar o cartão de crédito e 27% liquidar os boletos em atraso.

Conforme afirma a economista Marianne Hanson, do CNC, as famílias brasileiras se mostraram mais otimistas em relação à sua capacidade de pagamento, considerando a perspectiva de renda extra com os recursos do FGTS. “Atualmente, 20% das pessoas com dívidas têm mais da metade da renda mensal empenhada com parcelas de empréstimos. Esse comprometimento elevado da renda com empréstimos e financiamentos acaba colocando limites na expansão do crédito e do consumo. Porém, nem sempre o endividamento é acompanhado pela inadimplência. O cenário atual, de recuperação lenta do mercado de trabalho, torna mais difícil para uma parcela significativa das famílias renegociar suas dívidas e pagar suas contas em dia”, explica ela.

 

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