Já imaginou sair às compras e na hora de efetuar o pagamento ser informado de que não está apto ao parcelamento? A situação é mais comum do que se imagina. Em Ponta Grossa, cerca de 60% das pessoas que procuraram informações sobre restrição cadastral não sabem que estão classificadas como devedoras.
Diariamente, o Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas) atende entre 20 e 30 pessoas que querem consultar a condição de seus CPFs. Todas buscam informações sobre o motivo de estarem proibidas de efetivarem compras a prazo.
Segundo o gerente do Sindilojas, Rafael Scoczynski Ribeiro, dos atendimentos que o sindicato realiza diariamente, praticamente 60% dos consumidores com restrições procuram as informações querendo efetuar o pagamento das dívidas. “Metade das pessoas que vêm aqui tenta localizar a dívida e fazer uma proposta de pagamento para a empresa”, conta.
Rafael explica que o Sindilojas atua como uma espécie de ponte para o devedor e credor, já que ao consultar o CPF do consumidor o sindicato tem condições de encaminhá-lo para o acerto de contas na empresa onde existe a dívida.
Caminho
O primeiro passo para quem deseja levantar o seu cadastro é procurar o Sindilojas. Mediante o pagamento de R$ 15 o consumidor sai do sindicato com praticamente tudo encaminhado, bastando que ele procure o credor e efetue o pagamento. O Sindilojas tem uma base de empresas nacional e regional, de todos os segmentos, o que implica em agilidade no processo. Em alguns casos, o consumidor sai com o endereço de onde deve procurar a empresa para a negociação.
Desconhecimento
Do universo que não imagina que tem restrição cadastral, Rafael observa que há pessoas que emprestam seus nomes para terceiros, bem como aposentados que tiveram empréstimos em seus CPFs.
Tempo
O sindicato levanta as dívidas dos últimos cinco anos no nome dos consumidores e isto de forma imediata. Já para períodos mais longos são necessários alguns dias, porém é possível.
Serviço Acerte suas Contas tem quatro anos
O serviço Acerte suas Contas do Sindilojas está completando quatro anos. A média de atendimento sobe com a proximidade do fim de ano, quando há uma melhora no poder aquisitivo por conta do pagamento, por exemplo, do 13° salário.
O presidente do Sindilojas, José Carlos Loureiro Neto, avalia que no fim de ano os trabalhadores, com o 13° salário, usam uma parte do dinheiro para o pagamento das contas em atraso e outra para novas compras.
Loureiro observa que o pagamento do abono salarial, das cotas do Pis/Pasep e a própria restituição do Imposto de Renda contribuem para a injeção de recursos na economia. “Ajuda o comércio; tanto o consumidor pagando o que está em atraso quanto comprando”, diz.
Ele lembra que no ano passado houve a liberação do saldo das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), o que impactou positivamente no setor empresarial.