Ninguém me ensinou
Há vários motivos para que uma pessoa decida não ensinar o que sabe aos seus colegas e um deles pode ser o egoísmo. Isso acontece quando a pessoa acredita que ensinar o que sabe para os colegas é o mesmo que entregar de graça algo que lutou muito para conseguir. O raciocínio predominante é eu tive que aprender sozinho. Ninguém quis me ensinar. E agora, por que tenho de repassar isso aos outros? Que se virem para aprender!. Esse tipo de decisão de não ensinar o que sabe para os outros, é motivado pela emoção, e não fruto de uma análise racional.
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Direito adquirido
A pessoa tem mágoa por ter tido que aprender sozinha algo que seus colegas poderiam ter facilmente lhe ensinado. O entendimento é que esse é um ritual corporativo que não pode e nem deve ser mudado. Por esse ritual, aquele que suporta um determinado tipo de sofrimento adquire automaticamente o direito de fazer isso com outras pessoas no futuro. O indivíduo encara como uma oportunidade de ir à forra vingando-se daqueles que se negaram a lhe ensinar. O problema é que essa vingança é realizada com pessoas que não têm qualquer tipo de culpa com o que aconteceu. E mais, agir motivado pela vingança, é o mesmo que concordar que foi justo todo o sofrimento que se passou.
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Mais que companheirismo
Na verdade, é preciso que alguém quebre esse círculo vicioso e torne positiva essa espécie de ritual corporativo de treinamento. Ensinar para alguém tudo que se sabe é mais do que um ato de companheirismo. É um ato de quem é profissional e que só auxilia o desenvolvimento de uma carreira. No mundo empresarial, valorizado não é aquele que acumula conhecimento para si, mas sim, aquele que consegue aprender e ensinar ao mesmo tempo!
(Luciano Salamacha)