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Sucupira é aqui (Parte 2)

Sandro Ferreira*

 

Já o novo presidente da Câmara Municipal, Aliel Machado, anunciou medidas moralizadoras na Casa e deu entrevistas à imprensa camarada como paladino da ética, ao mesmo tempo em que utilizou veículo do Legislativo para traslado até São Paulo, onde participou de encontro do seu partido (PCdoB) e, pior, posou sorridente para foto ao lado do ex-ministro Orlando Silva, o mesmo que chefiava a máfia das ONG’s de fachadas vistosas e verbas públicas idem, quando ministro do Esporte no desgoverno Dilma Rousseff, do qual caiu por corrupção. Ou seja, o vereador que posa de sério por aqui, não vê nada de errado em usar veículo público para evento partidário, orientar-se com notórios saqueadores da República petista, e, num surto autoritário, tão comum entre esquerdistas atualmente, ainda ameaçar processar um jornalista que publicou matéria e foto sobre sua viagem à capital paulista, como se ainda fosse um cidadão comum e não uma figura pública.

Marcelo Rangel e Aliel Machado são antagônicos ideologicamente, mas já demonstram que são faces da mesma moeda. Novos na idade, mas velhos nos métodos, até porque não trazem ideias originais e sim doutrinas de seus líderes já amaciados pelas regalias e facilidades do poder, os quais perpetuam privilégios dando verniz de novidade aos seus discursos, mas que na prática, se provam mera retórica populista.

A situação também é lamentável na Câmara Municipal, a qual agora com 23 vereadores e 90 assessores, se tornou um prédio superlotado de alpinistas sociais com dinheiro público, pastores do reino do engodo, aprendizes de funcionário fantasma, mercadores de partidos, animadores de auditório e até uma ré não confessa de crime flagrante. Vossas Excelências debatem o sexo dos anjos em CPI’s inócuas recebendo salários de mais de R$ 10 mil por mês, enquanto professores da rede pública ganham R$ 760, e se justificam de que precisam receber bem, para que isso incentive pessoas qualificadas ao exercício parlamentar, como se lá existisse um colegiado de notáveis e não um conselho de oportunistas. Vereança deveria ser trabalho voluntário de abnegados, não trampolim político e socioeconômico. Na Alemanha, um dos países mais ricos do mundo, é assim, mas na pobre Brasilândia, continua sendo assado.

Em pleno século XXI, ainda convivemos com a política arcaica, onde os representantes do povo, depois de serem eleitos por este, acreditam não mais lhe dever satisfações dos seus atos oficiais, ou que eles têm uma sabedoria sobrenatural, que é incompreensível aos cidadãos comuns, portanto, desnecessário consulta prévia.

Ponta Grossa tem condições de ser uma cidade mais justa, bonita e moderna, no entanto, com uma classe política que não é afeita à autocrítica e um povo que não quer se incomodar cobrando os poderosos de plantão, continuaremos a ter quase 1/3 da população sobrevivendo em condições haitianas de miséria. Infelizmente, Sucupiras não existem somente na ficção. Elas são comuns no Brasil.

*Cidadão ponta-grossense.

 

 

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